Associativismo auxilia no desenvolvimento de comunidades rurais em Tuparendi/RS

28.01.2013 | 21:59 (UTC -3)
Deise Froelich

Em um contexto de boas expectativas para a produção de suínos, grãos e leite, as Associações de Prestação de Serviços e Assistência Técnica (APSATs) de Tuparendi começaram a dar seus primeiros passos no final da década de 80 e ao longo dos anos 90. O associativismo e a união de forças eram a principal solução para que os agricultores pudessem qualificar e ampliar sua produção. Tal contexto resultou na criação de oito APSATs, que reúnem máquinas, implementos, mão de obra e conhecimento até hoje.

O assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, na região administrativa de Santa Rosa, Ivar Kreutz, explica que no início da década de 80, os agricultores da área colonial foram motivados pelo Estado, por meio da extensão rural, a se organizarem em grupos para adquirir máquinas agrícolas em conjunto. “Na região de Santa Rosa, muitas associações se formaram conseguir adquirir colheitadeiras. Ainda persistem alguns grupos com este propósito, embora sejam raros”, afirma.

O senso de coletividade permeia as atividades de muitos destes agricultores há mais de duas décadas. “Comecei a trabalhar em Tuparendi no ano de 1982, e conhecia algumas experiências de associativismo, como em Tenente Portela. Essas experiências estavam gerando bons resultados e os agricultores de Tuparendi também mostravam perfil de cooperação”, comenta o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, em Tuparendi, Fernando Dornelles Fagundes.

A proposta inicial consistia na aquisição e controle conjunto de máquinas e equipamentos que ficam à disposição das famílias associadas. Iniciativa que facilita o desenvolvimento das propriedades ao longo do tempo. “O trabalho das APSATs perpassa programas de governo, mas não o trabalho de organização rural com vistas à inclusão social, embora exista apoio através de cedência de crédito. A cultura do associativismo está arraigada nestes agricultores”, destaca Fagundes. “Se a experiência não fosse boa, a mais antiga não estaria chegando aos 24 anos de atividades”, acrescenta.

A primeira das APSATs, formada por agricultores da comunidade de Lajeado Cascatinha, reforçou a possibilidade de facilitar o trabalho e reduzir a penosidade com a aquisição de maquinário agrícola. Mais tarde, passou a adquirir lotes de leitões. Atualmente, um de seus empreendimentos é um alambique.

As demais associações de Tuparendi possuem em seu patrimônio atual máquinas e instrumentos como esparramador de calcário, semeadora de milho, graneleiros, equipamentos para secagem e armazenagem de grãos, entre outros. Algumas APSATs se organizaram para prestar serviços para terceiros. “Os equipamentos pertencentes às associações foram adquiridos com recursos próprios dos agricultores”, esclarece Fernando.

Mantêm-se hoje, as APSATs de Lajeado Cascatinha, fundada em 20 de julho de 1988, que conta com 10 sócios; Diniz Gazzana, fundada em 19 de setembro de 1988, com 20 sócios; São Marcos, inaugurada em 16 de julho de 1990, com 14 sócios; Vinte e cinco de julho, criada em 25 de julho de 1993, com nove sócios; São Pedro, fundada em 20 de setembro de 1993, com 14 sócios; Três Fazendas, de 28 de novembro de 1995, com 10 sócios; Lajeado Barracão, 1º de agosto de 2004, oito sócios; Grupo Lajeado Minas, 28 de maio de 2003, 38 sócios.

Em 2013, chega a sua 20ª edição ininterrupta o Encontro Municipal de APSATs de Tuparendi. Em torno de 300 pessoas são aguardadas no dia 3 de março, em um encontro de lazer e recreação.

O encontro é realizado anualmente, com normas específicas. O local é definido seguindo critérios da data de fundação, da mais antiga a mais recente. O 1º Encontro ocorreu em 1994, em Lajeado Cascatinha. Neste ano, sediará o evento, a comunidade de São Pedro. A confraternização, que inicia às 8h e segue até as 18h, é promovida pela Emater/RS-Ascar, com apoio da prefeitura de Tuparendi.

Bolãozinho de mesa, bocha de casais, debulha de milho, futebol sete, vôlei misto, bocha tiro 48, chute ao pneu, corrida do saco, canastra e corrida de carrinho de mão serão algumas das modalidades disputadas durante o evento. As modalidades geralmente são disputadas com camisetas que estampam o nome das APSATs e o orgulho de a elas pertencer. “O dia representa a celebração de uma instituição estratégica na vida destes agricultores envolvidos”, destaca Kreutz.

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