Artigo - Resíduos da análise biométrica de cachos de inajá oriundos de Roraima

28.07.2009 | 20:59 (UTC -3)

A espécie Maximiliana maripa (Aubl.) Drude tem sua distribuição desde o norte da América do Sul até o Brasil Central, crescendo em florestas primárias, secundárias ou mais freqüentemente, em áreas perturbadas, como aquelas que passaram por um processo de queimadas, onde costuma formar grandes populações.

Em Roraima, na área de mata, a palmeira inajá apresenta grande ocorrência, predominantemente em solos areno-argilosos (Duarte & Ferreira, 2004), estando presente em todos os municípios, mas com maior freqüência em Mucajaí, Iracema, Cantá, Caracaraí, Alto Alegre, Bonfim e Amajari, ocorrendo principalmente nas áreas antropizadas, como roças abandonadas e pastagens (Duarte, 2008).

Este mesmo autor encontrou de 15 % a 18 % de óleo na polpa do fruto desta palmeira e 62% a 67% de óleo nas amêndoas da semente, o que coloca esta espécie em posição privilegiada na lista das oleaginosas, despertando interesse na domesticação da mesma. Na mata de transição, intocada, o número médio de indivíduos é de 3 adultos e um número elevado de plântulas. Em área manejada para retirada de madeira no município de Mucajaí, apresentou 428 indivíduos jovens e 44 adultos por hectare (Miranda et al, 2001) e segundo Duarte (2008) em dez áreas de pastagens manejadas apresentou uma média de 92 indivíduos adultos produtivos por hectare.

Todas as partes desta palmeira podem ser aproveitadas de alguma maneira, desde a alimentação até o uso medicinal, energético e como cosmético. Entretanto, não se sabe ao certo o quanto se tem de resíduo de cada parte dessa palmeira, ao se processar os cachos para retirada dos frutos para a industrialização. Assim, para se conhecer o potencial agroindustrial do inajá, é necessário primeiramente conhecer a biometria de cachos e frutos dessa palmeira. A análise biométrica foi realizada no laboratório de resíduos da Embrapa Roraima, com amostras representativas da área de mata de transição deste Estado.

Destas análises foram gerados diversos resíduos, cujo objetivo do presente trabalho foi o de quantificar estes resíduos de inajá gerados na análise biométrica de cachos em laboratório, propícios de valorização. Foram colhidos 207 cachos de 50 plantas por três anos.

Estes cachos foram transportados e beneficiados em laboratório, onde primeiramente foram pesados os cachos inteiros, procedendo em seguida a retirada das ráquilas e porteriormente dos frutos. Após realizou-se a pesagem da ráquis, das ráquilas, dos frutos e dos periantos e restos

florais. O peso de frutos correspondeu a 84,14 % do peso do cacho, sendo 7,24 % de peso das ráquilas, 4,87 % de peso da ráquis e 3,72 % de peso dos periantos e restos florais.

O conhecimento da quantidade destes resíduos permitirá o planejamento do uso racional dos mesmos para produção de sistemas de beneficiamento limpos e ecológicamente corretos.

Otoniel Duarte1 e Rita da Cássia Pompeu2

1Eng. Agr. DSc. Pesquisador Embrapa Roraima. e-mail:

2Lic. Quim. MSc. Analista - Gestora do Laboratórios de Resíduos da

Embrapa Roraima, e-mail:

Informações adicionais:

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025