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A cultura da soja apresenta um complexo de pragas, dentre estas temos uma praga que nestes últimos anos vêm aumentando seus danos na nossa região, chamada de lagarta-da-maçã (nome dado em função de atacar as maçãs do algodoeiro), tendo como nome cientifico Heliothis virescens. O adulto é uma mariposa facilmente identificada por apresentar 3 linhas oblíquas de coloração escura. Os ovos são de coloração branca e estriados longitudinalmente, sendo colocados normalmente nas partes próximas ao ponteiro ou gemas apicais das plantas, individualmente. As lagartas recém eclodidas alimentam-se de tecidos novos, folhas, flores e após um certo desenvolvimento, podem atacar as vagens em formação.
A infestação de adultos na região este ano está alta, ocorrendo uma grande oviposição por parte das mariposas. Para este fato existem algumas questões a serem consideradas. Ano seco, até a semana passada, condição que favorável as pragas e desfavorável aos inimigos naturais, que no caso desta praga especifica, são naturalmente poucos, possibilitando a ocorrência dos surtos da praga. Ainda em relação a inimigos naturais, é necessário um programa de manejo, utilizando um inimigo natural nativo da região, um exemplo são as espécies de Trichogramma, existentes naturalmente (um bom parasitóide de ovos de Heliothis). Uma possibilidade, objetivando diminuir esta praga, seria identificar e reproduzir as populações deste inimigo natural.
Outra consideração a ser feita refere-se a destruição de soqueiras de algodão, que sempre “sobra” algumas plantas tigüeras, fazendo com que a praga tenha alimento o ano inteiro.
Esta praga apresenta boa adaptação a cultura da soja, tornando este ano crítico a praga e com a ocorrência de surtos algumas regiões a tendência de maior população da praga. Desta forma somente ocorrerá uma “normalizada” a partir dos próximos anos com a adaptação de alguns inimigo naturais.
Hoje com as informações que temos as recomendações são: o produtor não deve deixar a praga “descer”, ou seja, deve-se controlar quando estiver no ponteiro das plantas, devido ao maior enfolhamento da cultura da soja no terço inferior, dificultando a chegada de produtos nesta região.
Entre os inseticidas utilizados na cultura ainda não há nenhum produto registrado no MAPA para controle desta praga, estando em fase de estudos. Entretanto alguns inseticidas utilizados na cultura do algodão tem apresentado bom controle desta praga.
Visitando algumas áreas esta semana é fácil observar a presença de adultos, assim deve o produtor, tomar grande atenção, para que ela não cause prejuízos. O relato de alguns colegas, como o engenheiro agrônomo José Roberto do grupo Schlatter, é que em algumas áreas chegou a observar 100% de plantas com ovos da praga, o que é um índice altíssimo. Portanto, devemos todos redobrar a atenção para não ocorra um grande problema na região.
Os pesquisadores e técnicos da Fundação Chapadão estão sempre à disposição para solucionar qualquer dúvida referente ao manejo desta praga. O telefone para contato é (67) 3562-2032.
Engo Agro MSc. Pesquisador da Fitossanidade da Fundação Chapadão.
Contatos: www.fundacaochapadao.com.br
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