Artigo: Desenvolvimento de variedades de girassol em função de fontes de fósforo

16.03.2012 | 20:59 (UTC -3)

O girassol está sendo uma boa opção para o cultivo de safrinha em sucessão de culturas com a soja, o milho e o feijão, na região do Bolsão Sul Mato-grossense, por apresentar características agronômicas desejáveis como alta resistência à seca e às baixas temperaturas.

As variedades disponíveis no mercado se destinam para fins industriais, para alimentação animal e para atender às novas demandas do mercado.

Há poucas informações disponíveis sobre variedades adaptadas e épocas de semeadura apropriadas para as diferentes regiões do país, quando tratamos do girassol. Deste modo, torna-se importante e necessário desenvolver trabalhos com variedades e híbridos diferentes em diversas regiões identificando os melhores materiais genéticos para condições específicas.

As variedades comerciais melhoradas geneticamente para o aumento da produtividade acabam perdendo as características ligadas à eficiência de absorção dos nutrientes ou não desenvolvem esses mecanismos de maneira satisfatória. Por isso, a utilização desses materiais melhorados em solos intemperizados requer a adição de adubos fosfatados.

Os solos dos cerrados brasileiros apresentam boas características agronômicas como relevo, porém, apresentam baixo teor de fósforo disponível no solo, deste modo requer-se trabalhar com adubações fosfatadas para a obtenção de adequada produtividade com a cultura de girassol.

A utilização de polímeros em adubos fosfatados está sendo bem aceito na região do Bolsão Sul matogrossense, em função da provável diminuição da adsorção de fósforo no solo e do aumento de sua disponibilidade para planta.

O experimento foi realizado em área de campo da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, na Unidade Universitária de Cassilândia. O delineamento utilizado foi blocos casualizados, seguindo um esquema fatorial 6 x 2 envolvendo seis variedades (Embrapa 122, IAC Iarama, IAC Uruguai, Catissol 01, Morgan 734 e Aguará III) e 02 adubos fosfatados (Fosfato Monoamônico tratado com polímeros – MAP/CP e Superfosfato Triplo – ST/SP), utilizando quatro repetições.

A adubação básica de semeadura foi realizada com base no resultado da analise de fertilidade do solo seguindo as recomendações de Raij et al. (1996), que se segue: aplicação manual em sulco simples utilizando 60 kg de K2O por ha, 70 kg de P2O5 por ha, e 40 kg de N por ha.

O MAP/CP continha 10% de N, e deste modo, o ST/SP utilizado foi balanceado com N (fonte Uréia).

A semeadura foi realizada manualmente no dia 17 de março, utilizando um espaçamento de 0,70 m entre sulcos, densidade de cinco sementes por metro de sulco, tomando-se como base a densidade populacional de 50.000 plantas estabelecidas por hectare, consideradas as perdas de 20% em função de falhas de germinação, decorrentes da qualidade de sementes.

As parcelas foram compostas por quatro fileiras de plantas com cinco metros de comprimento, totalizando 14 m2 por parcela.

Também foi realizada uma adubação de cobertura no dia 14 de abril, com valores de 40 kg de N por ha (fonte uréia).

Avaliou-se as características da planta (altura de planta, diâmetro de caule, diâmetro de capítulo, número de folhas) e as características de produtividade de grãos e os componentes de produção (número de aquênios por capítulo e massa de 1000 aquênios).

O comportamento das variedades em estudo foi diferenciado em relação à altura média de plantas – ALT, número médio de capítulos – NCa, massa média de mil aquênios – MMA e produtividade média de grãos – PROD.

A variedade Embrapa 122 se destacou entre as de pior desempenho quando considerada a ALT (não diferindo da IAC Iarama), NCa e PROD (não se diferindo da IAC Uruguai e IAC Iarama), no entanto, foi considerada entre as de melhor desempenho quando considerada a MMA (não diferindo da IAC Uruguai e Catissol 01).

A variedade IAC Iarama se destacou entre as de pior desempenho quando considerada a ALT (não diferindo da Embrapa 122 e da Catissol 01), a MMA (não diferindo da IAC Uruguai e Catissol 01) e PROD (não se diferindo da IAC Uruguai e Embrapa 122), ao passo que se destacou entre as de melhor desempenho na avaliação de NCa, juntamente com a IAC Uruguai e Catissol 01.

Foi possível verificar efeito das fontes de adubos fosfatados para a altura média de plantas, diâmetro médio de caules e produtividade média de grãos, com destaque positivo para quando se utilizou o MAP/CP em comparação com a utilização do ST/SP, isto pode ser explicado, segundo Reis (2006), pelo menos em parte, pela maior disponibilidade de P2O5 na solução do solo, por conta do tratamento de revestimento com camadas de polímeros, permitindo a liberação gradativa dos nutrientes e aumentando sua eficiência, facilitando a absorção, aumentando a solubilidade e diminuindo a adsorção de P no solo.

O efeito da interação entre as variedades e fontes de adubos fosfatados foi efetivo apenas para a produtividade de grãos, onde é possível afirmar que a variedade Catissol 01 apresentou os maiores valores, a IAC Uruguai apresentou os menores valores e a IAC Iarama apresentou valores intermediários, quando consideradas tanto o ST/SP, quanto o MAP/CP.

A variedade Embrapa 122, quando da utilização de ST/SP, apresentou os menores valores de produtividade, se igualando aos valores da IAC Uruguai (de pior desempenho) e quando da utilização de MAP/CP, apresentou os maiores valores de produtividade, se igualando a Catissol 01 (de melhor desempenho).

O comportamento das variedades de girassol cultivados na safrinha é influenciado pelas fontes de fósforo utilizadas (MAP/CP e ST/SP).

A utilização de MAP/CP deve ser preferida em comparação com o ST/SP.

Merecem destaque as variedades Catissol 01 e IAC Iarama como mais produtivas, independente da fonte de fósforo utilizada.

Engenheira Agrônoma

Engenheiro Agrônomo

Professor

Engenheiro Agrônomo

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