Brahman terá 350 animais na Expo Araçatuba
As enzimas do solo são geralmente originadas dos microrganismos, mas também podem ter origem animal e vegetal. Além da participação nas reações metabólicas intercelulares responsáveis pelo funcionamento e pela manutenção dos seres vivos, essas enzimas desempenham papel fundamental nos ecossistemas, agindo como catalisadoras de várias reações que resultam na decomposição de resíduos orgânicos, ciclagem de nutrientes e formação da matéria orgânica do solo. Sem contar o seu potencial biotecnológico, com várias aplicações nas áreas industrial e ambiental.
As enzimas do solo estão constantemente sendo sintetizadas, acumuladas, inativadas e/ou decompostas, enquanto desempenham seu importante papel tanto nos sistemas naturais, quanto nos sistemas agrícolas. Como grande parte das transformações bioquímicas do solo é dependente ou relacionada à presença de enzimas, a avaliação de suas atividades pode ser útil para indicar se um solo está desempenhando adequadamente processos que estão intimamente ligados a sua qualidade. Diante disso, podemos afirmar que a atividade enzimática é, potencialmente, um excelente bioindicador de qualidade dos solos.
Algumas características são levadas em conta na escolha das enzimas que podem ser utilizadas como indicadores de qualidade, dando preferência as que apresentam maior sensibilidade ao manejo do solo, simplicidade na análise e importância na ciclagem de nutrientes e na decomposição da matéria orgânica. Algumas das enzimas mais comumente utilizadas são aquelas ligadas ao ciclo do Carbono (C) e dos macronutrientes, Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Enxofre (S), dentre as quais podemos destacar a celulase e b-glicosidase, a urease, as fosfatases e a arilsulfatse, respectivamente.
Recentemente, na Embrapa Cerrados, dentro de um projeto de pesquisa que visava identificar e monitorar os bioindicadores que avaliassem, precocemente e de modo eficaz, as alterações que ocorrem no solo, indicando os manejos adequados para preservar/melhorar sua qualidade, foi constatado que as avaliações de atividade enzimática se destacaram entre os demais atributos avaliados, pela sua sensibilidade, coerência, precisão, simplicidade e custo.
Normalmente, quando se pede uma análise de solo, atem-se apenas a questões físicas e químicas das amostras, mas, atrelado a essas características, destaca-se o componente biológico, a parte viva e mais ativa do solo. Avaliações de atributos biológicos ou bioquímicos do solo ainda não são realizadas na rotina dos laboratórios de análise brasileiros, mas com o aprofundamento e expansão das pesquisas nessa área chegará o dia em que o produtor, além da parte química e física, pedirá a análise do perfil biológico do solo, onde, certamente, serão encontradas informações sobre a atividade de um grupo de enzimas importantes que nos ajudarão a conhecer e compreender melhor alguns de nossos maiores patrimônios, os nossos solos.
e
Pesquisadores da Embrapa Cerrados
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura