Artigo: Adubação verde na fruticultura tropical e temperada

10.10.2012 | 20:59 (UTC -3)
José AP. Donizeti Carlos

A adubação verde na fruticultura é uma oportunidade de aliar economia com ganho de produtividade e redução de custos à preservação dos recursos naturais.

É uma forma eficiente de produzir biomassa, nitrogênio, biodiversidade, estruturação de solo, reciclagem de nutrientes e de reduzir pragas como: doenças, nematoides e ervas daninha.

O conceito da Adubação Verde é bem amplo, mas podemos resumir da seguinte forma: A Adubação Verde é uma prática agrícola milenar que aumenta a capacidade produtiva do solo, uma técnica que recupera os solos degradados pelo cultivo, melhora os solos naturalmente pobres e conserva aqueles que já são produtivos.

Consiste no cultivo de plantas, em rotação/sucessão/consorciação com as culturas, que melhoram significativamente os atributos químicos, físicos e biológicos do solo.

Essas plantas denominadas “Adubos Verdes” têm características recicladoras, recuperadoras, protetoras, melhoradoras e condicionadoras de solo. Englobam diversas espécies vegetais, porém a preferência pelas leguminosas está consagrada também por sua capacidade de fixar nitrogênio direto da atmosfera, por simbiose.

Os benefícios dessa técnica agrícola milenar são muitos e todos comprovados na pesquisa e na prática. São eles:

1. Aumento da capacidade de armazenamento de água no solo;

2. Controle de nematoides fitoparasitos;

3. Descompactação, estruturação e aeração do solo;

4. Diminuição de amplitude da variação térmica diuturna do solo;

5. Fornecimento de nitrogênio fixado direto da atmosfera;

6. Intensificação da atividade biológica do solo;

7. Melhoria do aproveitamento e eficiência dos adubos e corretivos;

8. Produção de fitomassa para formação da cobertura morta;

9. Proteção de mudas-plantas contra o vento e radiação solar;

10. Proteção do solo contra os agentes da erosão e radiação solar;

11. Rápida cobertura do solo e grande produção de massa verde em curto espaço de tempo;

12. Reciclagem de nutrientes lixiviados em profundidade;

13. Recuperação de solos de baixa fertilidade;

14. Redução da infestação de ervas daninhas, incidência de pragas e patógenos nas culturas;

15. Suprimento de matéria orgânica ao solo;

16. Fitorremediação, desintoxicação do solo, redução de metais pesados e/ou resíduos de defensivos;

17. Matéria prima para compostagem;

18- Contribui para o sequestro de carbono.

O consórcio dos adubos verdes nas entre linhas das fruteiras pode ser realizado durante todo o ano sem atrapalhar os tratos culturais ou mesmo a colheita.

Os adubos verdes podem ser de verão e de inverno e devem estar de acordo com o regime hídrico local para não competirem durante os períodos de estiagem, ou seja, o desenvolvimento se dá nos períodos úmidos e na seca evitam as perdas de água formando a cobertura morta.

Os adubos verdes ideais para o consórcio não podem ser trepadores, devem ter porte baixo e não ter associação com pragas, doenças e nematoides comuns à cultura.

As espécies de verão que atendem esses requisitos são a mucuna-anã, o feijão-de-porco e a crotalária-breviflora com plantio em outubro/novembro e manejo da biomassa em março/abril. Dentre as espécies de inverno pode-se destacar a utilização da aveia, azevém, ervilhaca, nabo-forrageiro e tremoço, com plantio em abril/maio e manejo em julho/agosto. É importante no momento das rotações, sejam elas de verão ou de inverno para evitar pragas/doenças/nematoides.

O melhor manejo da biomassa dos adubos verdes é depositar as plantas de forma integral sobre a superfície do solo com a roçadora, o rolo-faca ou simplesmente “acamados”.

Destacamos alguns dos resultados da Adubação Verde na Fruticultura:

1. Ganho de produtividade;

2. Melhoria da qualidade dos frutos;

3. Economia de insumos na produção;

4. Preservação do solo nos seus atributos físicos, químicos e biológicos.

Divulgação

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