Arraes elogia resultados do projeto BioFORT

10.12.2009 | 21:59 (UTC -3)

O diretor-presidente da Embrapa, Pedro Antônio Arraes Pereira, disse que o projeto de biofortificação de alimentos (BioFORT) é um modelo de gestão de rede e interação internacional.

A afirmação foi feita durante a reunião do Comitê Gestor do projeto, em Brasília, no último dia 26, quando técnicos e pesquisadores estiveram reunidos para avaliar as atividades do ano e planejar 2010.

“Os trabalhos em rede são muito importantes e eu apoio esse tipo de iniciativa. Estou aberto para o que for necessário”, pontuou Arraes. O BioFORT trabalha o melhoramento genético convencional de alimentos básicos como arroz, feijão, milho, mandioca, feijão caupi, batata-doce, abóbora e trigo. O objetivo é obter alimentos com maior teor de ferro, zinco e pró-vitamina A para combater a anemia e a deficiência de vitamina A que podem levar a baixa resistência do organismo e problemas de visão.

Em seis anos, pesquisadores de 11 Unidades da Embrapa já conseguiram mandiocas e batatas-doces com altos teores de betacaroteno (pró-vitamina A) e arroz, feijão e feijão-caupi com maiores teores de ferro e zinco. Aos poucos, essas variedades estão chegando aos roçados das comunidades rurais e escolas de Sergipe, Maranhão e Minas Gerais. Produtos derivados e embalagens que conservam os nutrientes também estão sendo desenvolvidos.

Este ano, a equipe lançou a mandioca BRS-Jari que apresenta 9 microgramas/grama de betacaroteno nas raízes frescas. A massa cozida da Jari tem coloração amarelo intenso, ausência de fibras, boa consistência e tempo de cozimento igual a 25 minutos. As raízes têm características ideais de tamanho e forma para comercialização. A meta do projeto é chegar a variedades com até 15 microgramas/grama de betacaroteno e boas qualidades agronômicas.

O BioFORT está ligado aos programas HarvestPlus e AgroSalud que formam e financiam redes internacionais de pesquisa em biofortificação de alimentos na América Latina, Ásia e África. De acordo com a pesquisadora Marília Nutti, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, em virtude dos resultados apresentados pelo Brasil, o programa HarvestPlus decidiu dar continuidade aos investimentos no país para o período de 2010 a 2012.

A rede brasileira terá acesso a parte do montante de US$ 26 milhões que poderão financiar a continuidade ou complementação de atividades relativas a pesquisa, extensão e comunicação. Em 2010, uma missão chinesa virá ao Brasil para conhecer os trabalhos e trocar experiências no intuito de aperfeiçoar esforços e recursos.

O BioFORT é coordenado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ) e conta com as Embrapas Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG), Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO), Cerrados (Planaltina/DF), Semi-Árido (Petrolina/PE), Soja (Londrina/PR), Hortaliças (Brasília/DF), Meio-Norte (Teresina/PI), Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas/BA), Trigo (Passo Fundo/RS) e Tabuleiros Costeiros (Aracaju/SE).

Outras informações: Pesquisadora Marília Nutti (

), Embrapa Agroindústria de Alimentos

Soraya Pereira

Embrapa Agroindústria de Alimentos

21 3622 9739 /

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