Milho sobe 6% em MS; soja acumula queda de 9,2% em fevereiro
O preço do milho registrado em Mato Grosso do Sul subiu 6% entre janeiro e fevereiro deste ano. No mesmo período, a cotação da soja caiu 9,2%
A possibilidade de escoar parte da soja produzida na região Oeste de Mato Grosso pelo rio Paraguai, no município de Cáceres (234 km de Cuiabá), foi tema de debate entre a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), o Movimento Pró-Logística, a Assembleia Legislativa, a prefeitura, a Marinha e a iniciativa privada na última sexta-feira (26), na Câmara Municipal de Cáceres.
O debate e uma visita à Estação de Transbordo de Cargas (ETC) de Cáceres atendem demanda apresentada pelo deputado estadual Adriano Silva (PSB) e teve como principal foco entender se, de fato, é viável reativar o local. Com uma estrutura praticamente pronta, a ETC está concedida à empresa Hidronave South American Logistics e exportou grãos pela última vez em 2009.
Para o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, a hidrovia é viável, porém é preciso haver debate sobre o preço do frete para que ela se torne atrativa.
“A hidrovia está basicamente pronta. Existem alguns pequenos problemas ao longo do rio, como dragagem, derrocamentos, tomada de água de cidades e pontes para que se tenha uma navegação franca, de grande porte. A viabilidade dela passa pelo valor cobrado pelo frete. Para conseguirmos potencializar essa hidrovia, será necessário que o frete seja menor. Se nós tivermos valores competitivos, que estimulem as trades a usarem esse modal, fantástico, está feito o negócio. Agora, se permanecerem valores altos, não viabilizará a hidrovia”, explica.
De acordo com o representante da empresa a qual a ETC está concedida, Marcel Chaim, caso um valor de frete seja firmado, é possível iniciar a exportação pelo local em no máximo 30 dias. A capacidade inicial seria de 50 mil toneladas para o primeiro ano.
O presidente da Aprosoja, Endrigo Dalcin, destaca a estrutura já existente na ETC de Cáceres como ponto positivo para que o local seja reaberto, porém lembra que é preciso ir com calma.
“Não imaginava que já existia uma estrutura funcional como a que vi, precisando apenas de algumas atualizações. O que precisamos é aguardar decretos legislativos sobre a hidrovia e o EVTEA (Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental), que deve sair em maio, e mostrará as principais intervenções necessárias para melhorar a navegação do rio. Essa hidrovia é uma das três em potencial que Mato Grosso tem e que a Aprosoja vai se empenhar para que saia do papel”.
Além da Hidrovia Paraguai, as outras duas hidrovias citadas por Dalcin são a do Rio das Mortes, Araguaia, Tocantins, na região Leste de Mato Grosso, e do Teles-Pires, Arinos, Juruena, Tapajós, na região Norte.
Novo encontro - Após as discussões na Câmara Municipal, ficou definido pelos presentes um segundo encontro, no mês de março, desta vez com a presença das trades para discutir a viabilidade da Hidrovia do Paraguai.
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