Alta da arroba consegue superar expressiva elevação dos custos

14.02.2011 | 21:59 (UTC -3)

O Custo Operacional Total (COT) e o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária de corte subiram expressivamente no acumulado de 2010 (de janeiro a dezembro), conforme pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Considerando-se a média Brasil (GO, MT, MS, PA, RO, RS, MG, PR, TO e SP), o COT teve aumento de 20,9% e o COT, de 21,9%.

 

Essa foi uma das maiores altas já verificadas para um ano. Se observada toda a série de custos do Cepea, iniciada em 2004, a alta do COT registrada em 2010 só foi menor que a de 2008.

 

Apesar desse cenário, os preços da arroba subiram ainda mais: 40,4% no acumulado do ano – média ponderada de 10 estados. De modo geral, 2010 surpreendeu todos os agentes do setor pecuário, com os preços da arroba e da carne atingindo patamares recordes, em termos reais. Conforme dados do IBGE, de janeiro a setembro daquele ano, o volume de abate foi maior que o do mesmo período de 2009. Assim, apesar de a percepção de agentes de mercado ter sido de oferta enxuta ao longo de todo o ano, constata-se que a força motriz do mercado foi mesmo a demanda, sobretudo a do brasileiro.

 

Quanto às exportações, o volume embarcado de janeiro a dezembro de 2010 foi 2,72% maior que o do mesmo período de 2009. A oferta, portanto, foi coadjuvante. Ainda que crescente, aparentava ser pequena dado o comparativo com o ritmo de vendas.

 

Em relação aos custos, o COT e o COE subiram de janeiro a novembro de 2010; somente em dezembro deram trégua, com o COT caindo 1,07% e o COE, 1,3%. No correr de 2010, empresas de insumos acompanharam a forte recuperação nos preços da arroba e reajustaram os preços de seus produtos. Assim, o COT foi impulsionado, principalmente, pela valorização do sal mineral (de 15% de janeiro a dezembro de 2010), que representa 21,22% do COT.

 

A semente forrageira, apesar de representar apenas 2,33% do COT, valorizou 37,51% no acumulado do ano. Essa forte alta da semente se deve ao grande volume de chuvas no período de plantio e de colheita, que ocasionou quebrou de safra.

 

Outro item que teve forte valorização no ano foi o bezerro, que elevou os gastos de produtores de recria, recria-engorda e confinadores. De janeiro a dezembro/10, o preço do bezerro subiu quase 20% – este insumo representa quase 30% dos custos do boi gordo. A mão-de-obra, que corresponde a 22,65% dos custos, foi reajustada em 9,68%, em acordo com a variação do mínimo.

 

Em relação aos estados acompanhados nesta pesquisa, Goiás registrou o maior aumento do COT, de 26,6% em 2010, seguido por Mato Grosso do Sul (24,45%) e Mato Grosso (22,77%).

 

Alessandra da Paz

Comunicação Cepea

(19) 3429-8836

impcepea@esalq.usp.br

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