Agronegócio brasileiro bate recorde de receita com exportações, mas problemas persistem

Segundo Carlos Magno Bittencourt, economista docente do ISAE Escola de Negócios, o Brasil precisa aprofundar os acordos comerciais que prevalecem a via de duas mãos

15.10.2021 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Glinka

O agronegócio brasileiro atingiu recorde histórico de exportações no mês de agosto de 2021, quando alcançou a marca de US$ 10.9 bilhões. A China continua sendo o principal destino das vendas, com quase 34,9% do total de compra no mercado internacional. Contudo, apesar dos bons números, especialistas apontam a necessidade de aumentar a oferta de outros produtos juntamente para outros países.

“O mundo precisa de alimentos e o Brasil apresenta vantagens competitivas que podem expandir o agronegócio e facilitar a conquista de novos mercados”, destaca Carlos Magno Bittencourt, economista docente do ISAE Escola de Negócios. Segundo o especialista, as expectativas para a produção brasileira de grãos deverá bater um novo recorde histórico nesta safra 2021/22, que está em fase de plantio. Esse aumento é resultado de um crescimento de 3,6% da área plantada, para 71,5 milhões de hectares, e de um avanço de 10,2% na produtividade média das plantações, para 4.088 quilos por hectare.

Aliada às boas colheitas, a agropecuária também apresentou crescimento significativo, com 185 mil novas vagas de trabalho abertas de janeiro a agosto de 2021. As vendas externas de carnes (bovina, suína e de frango) somaram 2,09 bilhões de dólares, um avanço de 40,5%, marca inédita desde 1997. “Estamos presenciando um avanço rápido do Brasil no mercado externo nesse setor”, comenta.

Apesar das boas expectativas, existe uma forte preocupação com chuvas irregulares previstas para os principais Estados produtores até o fim deste ano. Além disso, os custos com a logística para o transporte de cargas ainda incomodam os produtores rurais. “Diante da crise ocasionada pela Covid-19 surgiu um outro gargalo para as exportações brasileiras, a falta de containers para atender a demanda internacional, o que contribuiu para o desequilíbrio das cadeias globais”, diz. “Precisamos aprofundar os acordos comerciais que prevalecem a via de duas mãos, para abrir importando e ampliando as exportações”, complementa o docente do ISAE.

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