Demonstrações de campo começam nesta terça-feira (30) na Agrishow
Localizada em Ribeirão Preto/SP, uma das principais regiões produtoras de etanol do Brasil, a Agrishow 2013 está apresentando diversas tecnologias para agroenergia. No espaço da Embrapa na Feira, o destaque é a produção de lenha ecológica a partir de resíduos da agricultura e da agroindústria. Chamados de briquetes, esses biocombustíveis sólidos estão sendo produzidos ao vivo no estande da empresa de pesquisa, em parceria com a Unicamp.
Na Agrishow, a instituição está utilizando casca de arroz para fabricar os briquetes. No entanto, diversos resíduos agrícolas e agroindustriais, assim como de base florestal, podem servir de matéria-prima. Serragem, casca de amendoim, palha de trigo e bagaço de cana são alguns exemplos. O engenheiro Felix Felfli, da empresa Ecodevices, explica que os resíduos agroindustriais são mais adequados por estarem concentrados e próximos às fabricantes de briquetes, e diminuindo os custos de transporte e facilitando a logística.
Do ponto de vista ambiental, a briquetagem pode ser uma solução para agregar valor a resíduos, evitando que eles sejam queimados a céu aberto ou dispostos em lixões. “Produzindo briquetes, também deixamos de derrubar árvores e damos destino correto à serragem, por exemplo”, diz Milton Gonçalves Filho, da RGM Ambiental, empresa que produz a lenha ecológica em Viamão/RS.
O produto pode ser obtido sem nenhum tipo de ligante, aglutinante ou aditivo químico. “É um produto 100% natural”, ressalta o pesquisador José Dilcio Rocha, da Embrapa Agroenergia. Atualmente, já é usado em pizzarias, padarias, olarias e até em grandes indústrias como combustível em fornos e caldeiras. ”Os biquetes ocupam menos espaço para armazenamento e contribuem para manter o espaço mais limpo e organizado”, ressalta o pesquisador.
Na Agrishow, a Embrapa também está apresentando cultivares de plantas que já são utilizadas na produção de biocombustíveis. São três variedades de soja, principal oleaginosa utilizada pelas indústrias de biodiesel, e uma de sorgo sacarino, cultura que recentemente começou a ser introduzida na produção de etanol na entressafra da cana-de-açúcar.
Nos campos de demonstração, o agricultor também pode conhecer variedades de espécies forrageiras como capim-elefante e panicum, cuja utilização para produção de bioenergia, via queima ou fabricação de etanol, é estudada pela Embrapa. O pesquisador Allan Kardec, da Embrapa Cerrados, conta que as variedades utilizadas para geração de energia via queima são as mesmas usadas para alimentação animal. A diferença está no sistema de manejo, já que o objetivo, no caso da produção com finalidade energética, é obter mais fibras, que têm maior poder calorífico.
A Embrapa Agroenergia e a Embrapa Cerrados trabalham em parceria para avaliar e desenvolver matérias-primas alternativas destinadas à produção de etanol celulósico, também conhecido como de segunda geração (2G). Em um projeto de pesquisa que estuda as etapas de produção desse biocombustível, o capim-elefante e o bagaço de cana são as principais matérias-primas utilizadas.
Cerca de 80 tecnologias da Embrapa estão em exposição no Núcleo Tecnológico da Agrishow, evento que começou na úlitma segunda-feira (29) e segue sexta-feira (03). Pela primeira vez no evento, que é o segundo maior do mundo desse tipo, a Embrapa está demonstrando de forma dinâmica a integração lavoura-pecuária-floresta em uma área de 16 hectares. Tecnologias para piscicultura, horticultura, agricultura familiar e agricultura de precisão também podem ser conhecidas pelos produtores que visitam o estande.
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