Simpósio de Agricultura debate alternativas sustentáveis para agricultura
Nomes de peso marcaram o Encontro de jornalistas ligados ao agronegócio: Os desafios da comunicação na difusão do agronegócio brasileiro. Roberto Rodrigues, professor e ex-ministro de Agricultura Pecuária e Abastecimento; Cristiano Vital de Lima, coordenador de marketing da Gazeta do Povo (PR) e Samuel Zanello Milléo Filho, jornalista e fundador da Associação de Jornalistas do Agronegócio do Paraná discutiram a realidade do agronegócio brasileiro e a cobertura da mídia sobre o setor. O debate foi mediado pela jornalista Renata Gonzaga.
O ex-ministro Roberto Rodrigues falou sobre o cenário atual do agronegócio brasileiro e analisou como foi construído, ao abordar as mudanças políticas e econômicas ocorridas no Brasil nas últimas décadas. Para Roberto, a capacidade de superação dos produtores brasileiros, diante das situações econômicas que o país enfrentou, é um diferencial importante. “Durante décadas o Brasil teve uma economia fechada e o Estado era paternalista. Nos anos 1990 ocorreu a abertura econômica, mas sem preparar a sociedade para isso. Somando a estabilização da economia a agricultura teve fortes mudanças. Isso forçou os produtores mudarem o comportamento. Tiveram que buscar parcerias e formação em gestão para sobreviver”, destacou.
Para o ex-ministro, a mídia não soube cobrir adequadamente as transformações ocorridas no meio rural, que hoje resultam numa forte produtividade, com tecnologia agregada e pessoas com formação para aprimorar o conhecimento aplicado no campo e nem os desafios que as questões ambientais e de segurança alimentar implicam à sociedade. “A opinião pública brasileira não está esclarecida sobre a importância do setor rural”, alertou.
O fundador da Associação de Jornalistas do Agronegócio do Paraná, Samuel Zanello Milléo Filho, ressaltou a força dos números da produtividade agropecuária brasileira (com U$65 bilhões em exportações, enquanto a importação foi de U$6 bilhões em 2009), destacou as características da produção – marcada pela ausência de subsídios – e apontou alguns desafios para a cobertura jornalística. “A rotatividade de profissionais no jornalismo prejudica a qualidade na abordagem e muitos estudantes não vêem o tema como uma boa oportunidade, pois não são estimulados durante a formação”, revelou.
No fim do debate foi aberto espaço para perguntas. A maior parte abordou as dificuldades sobre a abertura de espaço para o agronegócio. Todos os debatedores apontaram que a abordagem da mídia sobre o setor ainda não corresponde a importância que o agronegócio tem, mas a cada dia ocorrem avanços nessa direção.
Neyfla Garcia
Assessoria de Imprensa
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