Agricultura regenerativa ganha reforço com nova parceria

Projeto CCarbon, realizado pela Cargill e pela USP, conduzirá estudos em plantas de cobertura nos próximos três anos

06.10.2025 | 15:48 (UTC -3)
João Mauro Uchôa, edição Revista Cultivar

A agricultura regenerativa acaba de dar mais um passo importante no Brasil a partir do anúncio de uma nova parceria entre a Cargill e o Centro de Estudos de Carbono em Agricultura Tropical da Universidade de São Paulo – CCarbon. O trabalho em conjunto - chamado de CCrops - contribuirá para avanços durante 3 anos, com experimentos sendo conduzidos de forma controlada e em áreas de produção de grãos de diferentes regiões do Brasil.

A iniciativa contará com as investigações de 11 mestres e doutores sobre plantas de cobertura e seus efeitos na agricultura brasileira. Serão abordados temas como saúde do solo, resiliência produtiva, sequestro de carbono e produtividade das culturas.

Os pesquisadores apresentam os primeiros trabalhos ainda este ano e começam os testes em casa de vegetação no início de 2026. Ao longo destes 3 anos, eles deverão apresentar resultados de experimentos controlados e análises de campo em estados-chave para a produção de grãos, como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.

O anúncio chega em um momento de celebrações: a Cargill está completando 60 anos atuando no Brasil. Para Letícia Kawanami, diretora de Sustentabilidade do Negócio Agrícola da Cargill para América Latina, a iniciativa reforça as ações da empresa para apoiar o produtor rural em um país com papel estratégico para a produção agrícola mundial. 

Produção regenerativa

As plantas de cobertura oferecem vários benefícios nos sistemas de produção agrícola, tais como conservação do solo, ciclagem de nutrientes, controle de plantas invasoras, entre outros que serão confirmados ou desmitificados pelo time da Universidade. 

O Prof. Dr. Maurício Cherubin, integrante do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP e vice coordenador do CCarbon/USP, explica que “o cultivo de plantas de cobertura é uma das práticas mais importantes para aumentar o sequestro de carbono, melhorar a saúde do solo e consequentemente aumentar a produtividade e a resiliência do sistema de produção”. 

Ele celebra a parceria com a Cargill porque vai “fortalecer nossas atividades de pesquisa, inovação e disseminação na temática de agricultura regenerativa. Esperamos gerar resultados que ajudem o produtor brasileiro a desenvolver estratégias de manejo ainda mais sustentáveis, rentáveis e adaptadas para enfrentar os desafios climáticos do presente e do futuro”, conclui.

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