Agricultura 4.0 aumenta competitividade em meio à pandemia e alta do dólar

Segundo especialista do setor, tecnologia agrícola pode elevar em até 30% a produtividade no campo

07.05.2020 | 20:59 (UTC -3)
Letícia Lichacovski Madalozzo

A alta do dólar - que atingiu o maior pico da história em abril ao fechar em R$5,70 - somada às restrições tomadas em função da pandemia da COVID-19, têm transformado o agronegócio em escala global. 

Para alguns setores, como o da soja, as condições atuais se tornaram positivas. A exportação para a China, com a moeda americana nesses patamares, já atingiu 35% para a safra 2020/21 contra a média de 15% para este período. Entretanto, para produções como as de café e cana-de-açúcar, ocorre o oposto e já causa preocupações. Nos Estados Unidos, país de maior consumo de gasolina no mundo, as cotações do combustível estão em queda desde março, quando caíram 32% e atingiram o menor nível já registrado. 

Tanto para os mercados que têm se expandido durante a crise quanto para os que sentem dificuldades com o atual momento, o uso de tecnologias embarcadas pode ser uma forma de manter a competitividade e reduzir custos, algo sempre buscado pelos produtores e empresas agrícolas. Através da otimização de recursos e insumos, as produções conseguem evitar desperdícios e utilizar da melhor forma, o solo, os fertilizantes e a matéria-prima. 

Segundo levantamento feito pela divisão de Agricultura da Hexagon no setor, com o uso de tecnologia agrícola, os números têm um salto considerável. No controle de fertilização, a estimativa é de uma economia de 20% nos insumos aplicados e um ganho de produtividade de até 30% na colheita. Outro exemplo é na administração de pulverização, com redução de 20% de insumos com o controle de seções.

"A tecnologia é uma forte aliada do agronegócio, não importa o setor ou o momento. Estamos falando de melhor aproveitamento do trabalho como um todo, seja para aumentar vendas com melhor custo-benefício ou para manter-se no mercado atualmente instável", avalia o presidente da divisão, Bernardo de Castro, sediada em Florianópolis (SC).

A empresa atua em soluções digitais, oferecendo ferramentas tecnológicas que otimizam todas as etapas agrícolas, do planejamento do cultivo ao transporte da colheita. Ainda na visão do presidente, "soluções digitais conectam e sincronizam todos os processos agrícolas, resultando em mais produtividade e lucratividade para as fazendas". 

Outra vantagem da tecnologia agrícola é a de manter agriculturas familiares e pequenos fabricantes no círculo competitivo. "Neste tempo de contenção de caixa, adaptar e modernizar o maquinário existente pode ser a solução para promover grandes economias com insumos e eficiência dos processos", explica. 

"Precisamos pensar de forma ampla. Neste momento, o bom desempenho da agricultura poderá não somente garantir a normalidade no abastecimento de alimentos, mas também ajudar a amenizar a crise econômica proveniente da pandemia do novo coronavírus. Garantir as produções agrícolas será uma forma de contribuir para a estabilização da economia e frear a queda do Produto Interno Bruto", aponta. 

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