Simpósio “Desafios da Fertilidade do Solo na Região do Cerrado”
Os proprietários da fazenda Leonel, em Sorriso (MT), receberam na última quarta-feira a visita de um grupo de agricultores estrangeiros como parte de um programa global de pesquisa e troca de experiências. Os visitantes conheceram a estrutura produtiva da propriedade e o trabalho de manejo integrado de pragas desenvolvido em parceria com a Embrapa Agrossilvipastoril.
Formado por seis australianos, dois neo-zelandeses e um francês, o grupo faz parte do programa Nuffield Internacional, uma rede global que busca promover a excelência na agricultura mundial oferecendo bolsas de pesquisas para agricultores e fomentando o intercâmbio e a troca de experiências.
“Nosso objetivo é aprender sobre a agricultura em todo o mundo, saber como está sendo feita em outros países, como os sistemas agrícolas estão sendo adotados e também como são as estruturas de governo e de poder neste setor. Queremos aprender sobre os sistemas e contribuir para a melhora da agricultura global”, explica Colin de Grussa, que cultiva trigo, cevada e canola na Austrália.
Fazenda Leonel
Na fazenda Leonel, os estrangeiros foram recebidos pelos agricultores Luiz Ferla e Júnior Ferla. Eles apresentaram a estrutura da propriedade de 2.100 hectares produtora de soja e milho, conheceram o secador de grãos, o armazém e parte do maquinário. Os visitantes aproveitaram para tirar muitas dúvidas sobre o sistema produtivo adotado, principalmente em relação à segunda safra. Acostumados a produzir em uma região com pluviosidade média de 300 a 400 milímetros, eles se surpreenderam com os mais de 2 mil milímetros de chuva que ocorrem anualmente no norte mato-grossense.
Um dos temas que mais chamou a atenção do grupo foi o trabalho de manejo integrado de pragas adotado na fazenda desde a safra 2011-2012 em um projeto em parceria com a Embrapa. Com a adoção das técnicas de monitoramento, a fazenda conseguiu reduzir a quantidade de aplicações de inseticidas, baixando o custo de produção e diminuindo o impacto ambiental.
“Aqui em Mato Grosso é muito diferente. Há muito mais chuva e os agricultores conseguem fazer duas safras. Mas aqui existem os mesmos problemas que nós temos com doenças e pragas. O conhecimento usado aqui pode muitas vezes ser adaptado para lá e o de lá pode ser usado aqui. Então nós podemos compartilhar conhecimentos e tecnologias para gerar benefícios para os dois”, analisa Colin de Grussa.
Para o agricultor Luiz Ferla, receber vistas como esta em sua propriedade é um privilégio, sobretudo devido à troca de experiências.
“É uma honra receber pessoas de tão longe. Eles vieram também para ensinar algumas coisas. Fiquei impressionado com a tecnologia que eles têm de queimar as sementes de plantas daninhas. Aqui não temos isso. Dá para ver que tem muita coisa para a agente aprender. Devemos incentivar esta comunicação, pois é uma experiência muito boa”, diz o agricultor.
Tour mundial
A visita à fazenda Leonel faz parte da programação do tour mundial feito por este grupo. Durante seis semanas os agricultores visitam seis países e conhecem diferentes realidades. O Brasil é o terceiro do roteiro, que começou na Austrália, passou pela Nova Zelândia e seguirá por México, Estados Unidos e Reino Unido.
No Brasil, o grupo esteve em Brasília, onde conheceu o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Embrapa e a Confederação Nacional de Agricultura. Em Mato Grosso, visita fazendas produtoras de grãos em Sorriso e Lucas do Rio Verde. Na sequência, o roteiro brasileiro passará pela região norte do Paraná, também em áreas produtoras de grãos.
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