Agricultores aproveitam queda nos preços dos adubos e compram mais em janeiro

17.02.2009 | 20:59 (UTC -3)

Com a queda de cerca de 15% nos preços dos fertilizantes e o aumento no valor de algumas commodities agrícolas importantes, os agricultores brasileiros começaram o ano comprando mais adubos. As vendas desses insumos, que vinham caindo desde setembro do ano passado e chegaram a 997 mil toneladas em dezembro, alcançaram, em janeiro, cerca de 1,2 milhão de toneladas.

"Esperávamos vender 1 milhão de toneladas, que é a média histórica de janeiro, mas a carteira de pedidos superou 1,2 milhão de toneladas", afirmou Eduardo Daher, diretor executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Ele disse que a queda nos preços no mercado interno, de 15%, só não foi maior porque o dólar se valorizou em relação ao real.

Enquanto os preços dos fertilizantes caíram devido à forte desvalorização do barril do petróleo, os preços de algumas commodities agrícolas se valorizaram, em grande parte, devido a desastres climáticos, como a seca na Argentina e na Austrália, considerada uma das maiores das últimas décadas. Os dois países são grandes produtores mundiais de grãos.

Cristiano Simon, presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, que esteve nesta segunda-feira (16) no Ministério da Agricultura, disse que o resultado das vendas em janeiro expressa claramente a reação do produtor frente à queda dos preços dos fertilizantes e ao otimismo em relação à sua lavoura, mas sem poder afirmar que essa atitude se manterá por todo o ano.

"A perspectiva é boa em relação à posição do Brasil no mercado mundial [de alimentos] e ao abastecimento do mercado interno. O setor de insumos está preparado para atender o agricultor. A gente acredita que vá ser um ano de certa estabilidade", afirmou Simon.

Apesar da queda de cerca de 9% no volume consumido em 2008 (22 milhões de toneladas de adubos) em relação a 2007 (24 milhões de toneladas), ele assumiu que a queda foi menor do que a esperada por conta da crise.

Danilo Macedo,

Agência Brasil

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