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Avaliar a sensibilidade, organização e eficiência do corpo técnico da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, frente a notificação de suspeita de Enfermidade Vesicular. Esse foi o objetivo do primeiro exercício simulado realizado pela Agência, envolvendo as 15 coordenadorias regionais e o escritório local em Salvador, na última semana. Inédito na Bahia, o curso também teve como meta avaliar a rapidez, criatividade, o tempo de reação diante das notificações e a importância da notificação em detrimento das atividades já planejadas ou em execução.
“Com essa ação, a Adab pôde não apenas avaliar o desempenho de suas Unidades Veterinárias Locais e Serviço de Inspeção Estadual na vigilância contra a Febre Aftosa, mas, principalmente, exercitar todo o processo de atendimento a uma suspeita", salienta o secretário Estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles. “Exercícios como esse, que aliam vigilância epidemiológica e sanitária à gestão do conhecimento na área, mesmo quando realizado sobre uma situação simulada, faz com que o Serviço Veterinário Oficial acumule experiência prática e informações, desenvolva a agilidade em seus processos, credenciando a Bahia para prevenir a entrada em nosso território de agentes patogênicos danosos à economia do Estado”, avaliou Salles.
Para os organizadores do exercício, a prática demonstrou um perfil bastante diferenciado nas unidades de vigilância avaliadas, indicando a necessidade de padronização das ações. “Além do caráter didático desta atividade, foi possível definir parâmetros avaliativos do sistema de vigilância veterinário nas fases de investigação e alerta epidemiológico frente a esta suspeita”, explicou o dirertor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres, ressaltando que as informações obtidas com o curso serão usadas para uma revisão do Plano de Ação para a Febre Aftosa e sua aplicação conforme as recomendações do Ministério da Agricultura (MAPA) e Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Durante o exercício, foi simulada uma lesão em língua bovina em um animal abatido em um frígorífico sob inspeção estadual. O veterinário de plantão, ao detectar a peça com lesão sugestiva de Estomatite Vesicular, deveria notificar o ocorrido à Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal que, por sua vez, informaria a Diretoria de Defesa Sanitária Animal da Adab sobre a lesão encontrada para imediata visita à propriedade suspeita. “A partir daí daria prosseguimento ao processo de averiguação e investigação na propriedade de origem bem como a avaliação do processo de rastreabilidade”, completa o diretor de Defesa Animal, Rui Leal.
O exercício contou com a participação direta de fiscais estaduais e agrônomos, intermediando todo o processo entre a propriedade, criador, bovinos, emissão de Guia de Trânsito Animal e observação das tomadas de decisão pelos veterinários desde o recebimento do fax de notificação até a saída à propriedade. “Todos os detalhes foram analisados com muita atenção para que o curso ocorresse da maneira mais real possível”, contou o médico veterinário da Adab, Valentim Fidalgo, um dos organizadores do exercício. “Procedemos de maneira absolutamente discreta com o fim de não levantar nenhuma suspeita em relação ao trabalho realizado, escolhemos o município e a propriedade através Siapec e observamos criteriosamente o que deveria ser feito em cada etapa da atividade”, complementou Fidalgo.
O Exercício Simulado foi realizado no final de setembro simultaneamente nas 16 Unidades Regionais da Adab, que acionaram as equipes de emergência sanitária e técnicos das unidades veterinárias locais para atenderem a suposta ocorrência de enfermidade vesicular notificada pelo Serviço de Inspeção Estadual da própria Adab. A organização do Simulado implantou na linha de abate de três abatedouros frigoríficos com Inspeção Estadual órgãos de bovinos com lesões provocadas artificialmente, semelhantes às lesões causadas pela Febre Aftosa. Os órgãos suspeitos foram detectados pelos Inspetores Sanitários da Adab responsáveis pelos frigoríficos, que prontamente notificaram a Diretoria de Defesa Sanitária Animal, que por sua vez disparou para todas as Unidades Regionais a informação de que uma propriedade sob sua jurisdição havia enviado animais suspeitos de enfermidade vesicular para determinado frigorífico. A origem da suspeita foi especificada por meio de Guia de Trânsito Animal (GTA), referente aos supostos animais abatidos.
“Uma vez comunicada a suspeita às Unidades Regionais, estas iniciaram todo o processo de atendimento e investigação epidemiológica da notificação, com a análise do cadastro e da movimentação de animais das propriedades envolvidas, visita à propriedade, levantamento de informações com o produtor, exame clínico do rebanho para detectar possíveis animais doentes, registro da investigação em formulários específicos e comunicação com a Coordenação Central do Programa Estadual de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa na Bahia”, informou o Ccoordenador do Programa de Controle e Erradicação da Febre Aftosa, Antonio Maia, lembrando que o Laboratório de Sanidade Animal da Adab também foi colocado em alerta sobre a possibilidade de chegarem amostras suspeitas para diagnóstico.
As propriedades participantes do Simulado tiveram o consentimento de seus proprietários, que prestaram todas as informações conforme a orientação da organização, de maneira que as equipes da Regional não percebessem que se tratava de um simulado e sim de uma situação real. “Somente depois de todas as regionais concluírem o atendimento e investigação das notificações é que a Diretoria da Adab comunicou que se tratava de um exercício simulado”, acrescenta a médica veterinária da Adab, Maria das Graças Gusmão, que integrou a equipe de organização do exercício junto com o coordenador de Operações Especiais da Agência, Moacir Araújo e o fiscal Estadual da Agropecuária, Iram Ferrão. Todo o processo foi monitorado por um fiscal Estadual Agropecuário da própria Unidade Regional que acompanhava e registrava todos os passos dados pelos responsáveis e sua equipe, e repassava as informações para a organização na sede da Agência.
Na avaliação da equipe organizadora, o evento foi bastante positivo. “O desenvolvimento das cadeias produtivas da pecuária perpassa pela sanidade do rebanho. Cabe ao serviço veterinário fazer a vigilância sobre as enfermidades, agir com rapidez e eficiência quando do surgimento de episódios sanitários graves”, finalizou Paulo Emílio Torres.
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