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Estiveram na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), de 20 a 24 de maio, os pesquisadores Jamal Aurag e Berrahd El Bekkay da Faculdade de Ciências de Rabat e Imane Thami Alami e Mohamed ELKhadir do Instituto Nacional de Pesquisas Agronômicas (INRA Rabat), para discutirem com Itamar de Melo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e coordenador do projeto do lado brasileiro, os avanços já obtidos com a obtenção de linhagens bacterianas fixadoras de nitrogênio e resistentes às diversas ecoregiões do Marrocos, como também conhecerem os processos de imobilização de células e as pesquisas de nanotecnologia na Embrapa.
O Projeto Biofertilizantes busca o desenvolvimento e produção de biofertilizantes bacterianos para a melhoria da produtividade de grão de bico, feijão e lupinus em Marrocos. Além disso, procura substituir fertilizantes químicos por biofertilizante bacterianos. Isto contribuirá para reduzir o impacto negativo no solo e na contaminação subterrânea, além de garantir uma agricultura mais sustentável, com preservação do meio ambiente.
Conforme o pesquisador, o objetivo, a longo prazo, é deixar disponível aos fazendeiros uma grande escala de biofertilizantes, com várias funções adicionais de nutrição. A inovação desse projeto é a obtenção de inoculantes tolerantes ao estresse hídrico, reduzindo assim o uso de água, recurso escasso naquela parte da África. “Os grãos são importantes na dieta marroquina. Preenchem grande parte da exigência diária de proteína da população mais pobre”.
A colaboração com os pesquisadores brasileiros da Embrapa permitirá aos pesquisadores marroquinos ter acesso às técnicas mais recentes de inoculação usadas em Brasil, um dos maiores produtores de inoculantes microbianos no mundo, principalmente inoculantes para a cultura da soja e também às técnicas mais avançadas de metagenômica.
A área cultivada com grãos diminui ano a ano, sendo substituída por cereais e por outras colheitas mais economicamente interessantes. A seca recorrente dos últimos anos, contribui para esta diminuição.
“Nestas circunstancias, lembra o pesquisador, o uso intensivo de fertilizantes químicos conduz a impactos ambientais como poluição das águas subterrâneas, a perda da biodiversidade, o desequilíbrio de ciclos naturais, além de efeitos negativos à saúde humana”.
A reintrodução de leguminosas é agora uma prioridade em Marrocos, a fim preservar a qualidade do solo e estabelecer sistemas de produção sustentáveis.
Os interesses ecológicos e econômicos nestas espécies encontram-se em sua propriedade para reparar o nitrogênio atmosférico com bactérias do tipo rhizobium, que cumpre a maioria das exigências de nitrogênio.
O projeto teve início com o monitoramento e zoneamento das regiões do Marrocos propícias ao cultivo dessas leguminosas e a seleção de rizobactérias e rizóbios eficientes na promoção de crescimento. Descobriu-se que muitas das bactérias selecionadas são eficientes na solubilização de fosfatos e produtoras de sideróforos, um agente quelante de ferro. Todas as linhagens bacterianas foram caracterizadas fisiologicamente e avaliadas quanto ao potencial de solubilização de fosfatos inorgânicos. Três linhagens produziram grandes quantidades de fosfato solúvel. Cerca de 64% das bactérias isoladas produziram, sideróforos.
De modo similar, testes foram feitos para detecção do hormônio vegetal auxina. Cerca de 75% delas produzem quantidades variáveis desse hormônio. Cerca de 13% destas bactérias isoladas, eficientes quanto aos caracteres acima mencionados, demonstraram tolerância ao estresse hídrico. As linhagens obtidas de nódulos de feijoeiro demonstram ser menos eficientes ao estresse hídrico do que aquelas isoladas de grão-de-bico, planta tolerante ao déficit hídrico. As linhagens mais tolerantes ao estresse osmótico foram obtidas das plantas da região de Merchouch (a região mais árida dentre aquelas estudadas).
Como resultado, foi possível estruturar a coleção de bactérias do Marrocos que apresentam potencial de aumentar a produtividade. As linhagens de Rhizobium selecionadas mostraram-se eficientes na nodulação em todas as regiões, excetuando-se as regiões alagadas.
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