ANDEF leva inovação e boas práticas à Agrishow
Secretário Antônio Flávio Camilo de Lima, da Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado de Goiás (Seagro), concede entrevista coletiva na quinta-feira, 28, a partir das 8h30. No encontro com jornalistas, na sede da Seagro (Setor Leste Universitário), ele vai falar sobre o recente acordo Goiás-China, assinado no dia 20, e que prevê a produção excedente de 6 milhões de toneladas de soja, com investimento chinês de US$ 7 bilhões. Inicialmente, serão US$ 2 bilhões e o dinheiro será destinado à infraestrutura, notadamente nas regiões Norte e Nordeste, reconhecidas pelas áreas potencialmente cultiváveis, mas ainda devolutas.
O memorando de cooperação Goiás-China foi assinado também pelo secretário de Agricultura da Província de Hebei, Zhao Guo Ling, na cidade de Shijiazhuang (capital da província). A cerimônia foi aberta pelo secretário chinês, que agradeceu a presença da comitiva goiana e fez uma apresentação da agricultura de Hebei e das principais commodities. O secretário goiano apresentou um panorama da agricultura e teceu considerações sobre a realidade chinesa. Entre as autoridades goianas, presença do assessor Elie Chediac (Assuntos Internacionais). Do lado chinês, acompanharam o ato a representante da Estação de Agrotecnologia do Departamento de Agricultura de Hebei, a agronomista Duan Lingling, o consultor do diretor do departamento, Li Da Bei, e o diretor do Project Management Office on Utilization of Foreign Fund for Agricultural Development Hebei Province, Zhang Shuan Yang.
Com amplas áreas para cultivo e investimentos em infraestrutura e tecnologia, a região Centro-Oeste já responde por mais da metade da receita de grãos colhidos no País. Uma injeção de aproximadamente R$ 74,4 bilhões ou 77% do resultado da venda de soja, milho, algodão e arroz, conforme consultores especializados. Goiás participa do ranking, já que é um dos maiores produtores de soja, milho e carnes. Com a alta dos preços dessas commodities no mercado internacional, os ventos favoráveis à expansão do agronegócio goiano sinalizam para os próximos anos investimentos substanciais, oriundos de economias mundialmente consolidadas.
Conforme dados divulgados no início do trimestre pela Superintendência de Estatísticas, Pesquisa e Informações Socioeconômicas, da Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás (Seplan), a produção de grãos atingiu, em 2010, 13,5 milhões de toneladas, crescimento em curva ascendente desde 2008, quando o Produto Interno Bruto (PIB) goiano registrou alta de 8%, na comparação com outros Estados da região. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a produção goiana alcançou volume 1,6% superior ao registrado em 2009, quando foram colhidas 13,3 milhões de toneladas.
Os principais produtos responsáveis pela alta nas estatísticas foram o girassol, com porcentual positivo de 148,2%, o feijão segunda safra, com 56,6%, o milho segunda safra (29,8%), o feijão terceira safra (15,3%), a cana-de-açúcar (9,3%) e a soja, a principal commoditie goiana, com 7,9%. No mesmo período, as maiores quedas foram verificadas nas culturas de tomate industrial (-24,2%), algodão herbáceo (-22,6%), o milho segunda safra (-19,2%) e o sorgo, com recuo de 18,7%. Já a cultura de feijão safrinha apresentou variação positiva de 17,5% na área colhida e 56,6% na quantidade produzida, em relação à safra de 2009. O rendimento médio da cultura foi de 2.023 quilos por hectare.
Outra commodity de destaque do agronegócio goiano, o milho safrinha respondeu por crescimento positivo de 22,5% na área colhida, 29,8% na produção e rendimento médio de 5 mil quilos por hectare. Por outro lado, a safra do milho (1ª safra) teve redução de 21% na área colhida, 19,2% na produção, embora com aumento na produtividade (acréscimo de 2,3% na comparação com a colheita anterior).
O recuo na produção, conforme o estudo elaborado pela Seplan, pode ser explicado pelos baixos preços de mercado, tornando a cultura pouco atrativa. Consequentemente, desestimulando os agricultores. Outro fator que complicou a vida no campo deve-se à dificuldade no armazenamento, com sensível atraso no período de colheita, uma das saídas encontrada pelos agricultores para minimizar as perdas nas lavouras.
Embora colha adversidades pontuais, especialmente em relação ao clima (chuvas prolongadas no período de safra), o Estado mantém perspectivas otimistas para a atual safra. O órgão do governo observa a valorização dos preços das principais commodities no mercado internacional e aposta em produção de grãos (para a safra 2010/11) da ordem de 15 milhões de toneladas. Um novo recorde para Goiás, que trabalha para expandir a produção de soja com base no interesse do governo chinês em importar 6 milhões de toneladas, nos próximos sete anos. "Goiás tem condições de atender o pedido dos chineses. Mas precisamos pensar no processamento da soja, uma maneira de garantir o desenvolvimento regional e ampliar a arrecadação", adverte Lima.
Cultivada principalmente na região Sudoeste, a oleaginosa é o principal atrativo a encher os olhos dos chineses, que visitaram Goiás, no mês de março, na expectativa de conhecer o programa do governo estadual que possibilitaria a implantação de projeto de expansão da produção de soja, atualmente em 7,3 milhões de toneladas.
O produto é o carro-chefe da economia, com expansão de 6,5% na área colhida (dados de 2010) e 7,9% na produção. No período, foram colhidas 7,3 milhões de toneladas, ante 6,8 milhões no mesmo período de 2009 (produtividade de 2,97 mil quilos por hectare). Conforme a Seplan, o aumento da produção de soja é devido, em parte, pela falta de opções de plantio em outras culturas, caso do milho, que teve cotações reduzidas. O tomate seguiu a tendência de queda, com variação negativa de 22% na área cultivada e 24,2% na produção.
Outros dois produtos do agronegócio goiano, a cana-de-açúar e o arroz de sequeiro, tiveram resultados diversos. A cana teve expansão de 9,3%, sendo que a área colhida cresceu 9,8% e a produtividade chegou a 82,9 mil quilos por hectare. A alta no índice é devida ao aumento das exportações de açúcar e ao crescimento da produção de álcool combustível. Já o arroz sofreu descréscimo, devido à inviabilidade econômica, sendo que a cultura ficou com porcentual negativo de 5,7% na área colhida, alcançando apenas 90,1 mil hectares e 3,8% na quantidade produzida. Proporcionalmente, o rendimento médio atingiu parcos 2,1 mil quilos por hectare.
Embora com registro negativo em algumas culturas, o que não inviabiliza a vocação para a agropecuária, a economia goiana observa saltos positivos com a abertura de novos postos de trabalho no setor. Em fevereiro de 2011, foram criados 13,2 mil empregos formais, o maior para o mês. Os dados compõem o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trababalho e Emprego (MTE). Como resultado, uma elevação de 1,3% no estoque de empregos do mês anterior. Os setores de destaque na geração de postos de trabalho foram, pela ordem, a indústria de transformação (3,8 mil vagas), os serviços (3,6 mil) e a agropecuária (3,3 mil).
O saldo positivo no número de empregos na indústria de transformação foi motivado pelas atividades ligadas a alimentos e bebidas (1,7 mil vagas), sobretudo na fabricação de açúcar e etanol, além dos químicos/farmacêuticos (1 mil postos). O que confirma o bom desempenho das indústrias de medicamentos, adubos e fertilizantes. Os dados são da última Pesquisa Mensal da Indústria (PME/IBGE). Na terceira colocação na geração de empregos, a agropecuária, com 3,3 mil novas vagas. O setor também foi influenciado pelas principais atividades agroindustriais, notadamente no setor sucroalcooleiro.
Mais informações: www.seagro.go.gov.br ou (62) 3201-8905
Fonte: Comunicação Setorial/Seagro
(62) 3201-8905
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