Ação promove importância do monitoramento da Helicoverpa

13.10.2015 | 20:59 (UTC -3)
Thais Brazil

Enquanto a colheita do trigo encerra seu ciclo, produtores de diversas regiões do país se preparam para dar início às safras de verão da soja. Porém, antes mesmo de começar a preparar a terra para receber a nova cultura, alguns agricultores já estão lidando com uma velha conhecida, a Helicoverpa armigera. Durante o período, a praga voltou a atacar as plantações de trigo e, ainda que em menor número, causou dor de cabeça.

Preocupadas com esse cenário, a IHARA, tradicional fabricante de defensivos agrícolas, e a Agrofel Grãos e Insumos deram início a uma ação de monitoramento contra a Helicoperva spp no Rio Grande do Sul. As empresas espalharam 60 armadilhas na região para fazer um levantamento da atual pressão da praga. “Entendemos que com o monitoramento dos insetos fica muito mais fácil tomar uma medida de controle. A armadilha é o primeiro passo e o único método eficiente”, afirma Vancarlo Stein Zanchi, gerente técnico da Agrofel.

De acordo com o profissional, a montagem das armadilhas para capturar os insetos adultos deve estar concluída até a próxima semana, quando devem começar os plantios da soja. O objetivo da ação é criar uma ampla rede de monitoramento da lagarta que, segundo Zanchi, voltou a se manifestar em decorrência do clima, com pouca chuva e muito calor.

O gerente técnico destaca que, em decorrência dessa situação climática, a Helicoverpa esteve presente no trigo e na linhaça, em várias lavouras do estado, com um aumento de 20% a 30% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Para a IHARA, com o monitoramento bem realizado e as aplicações de defensivos no momento correto, a Helicoverpa armigera não voltará a causar prejuízos como os já vistos em anos anteriores, no início do aparecimento da praga no Brasil. A companhia foi pioneira no país a trazer uma solução inovadora para o controle da praga, com o GEMSTAR, produto a base do vírus HzNPV, considerado um dos mais eficientes do segmento.

O engenheiro agrônomo, doutor em Entomologia, José Roberto Salvadori, especialista em defensivos agrícolas e professor da Universidade de Passo Fundo (RS), acredita ser indispensável o monitoramento das pragas na tomada de decisão sobre como controlá-las. Segundo ele, trata-se de um procedimento básico que permite definir o momento adequado para aplicação do inseticida. O especialista também defende que ele promove a prática do manejo integrado. Ou seja, garante uma identificação precoce e evita que a infestação pela Helicoverpa armigera na cultura da soja atinja níveis difíceis de serem controlados.

“Nas armadilhas deve ser utilizado feromônio específico com o objetivo de identificar a presença de mariposas na área. Na sequência, o monitoramento deve ser complementado com o exame cuidadoso das plantas de soja recém-geminadas para constatar a presença de ovos, de lagartas recém-eclodidas e a própria evolução da infestação”, pontua o professor.

O acompanhamento deve continuar após o surgimento da larva, tendo em vista o crescimento das lagartas e da densidade populacional. O objetivo do monitoramento sistemático é verificar se o resultado da ação está ou não sendo atingido.

“Quando as plantas estão pequenas, pode ser feito por meio do exame direto das plantas e, mais tarde, pode-se utilizar o método do pano de batida, que é uma prática bastante usual e conhecida entre os técnicos e produtores de soja”, explica Salvadori.

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