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O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) realiza nesta quinta-feira (27), tarde de campo sobre a cultura do abacaxi em Santa Helena, a 114 km de Cascavel. A proposta é receber produtores e técnicos de toda a região.
Os pesquisadores da área de fruticultura Sérgio Carvalho e Alessandra Detoni vão detalhar aspectos da produção do abacaxi, com enfoque para o plantio, já que a ideia é incentivar os agricultores a investirem na cultura. Carvalho conta que obteve bons resultados com o abacaxi desde que iniciou as pesquisas com a fruta na região Oeste, há aproximadamente 10 anos. Segundo ele, a cultura pode render bruto até R$ 50 mil reais por hectare em 18 meses, com custo de produção entre 10 e 20% do valor.
Por precisar de intenso trabalho manual em diversas etapas da produção, como o plantio e o ensacamento, o pesquisador acredita que o acabaxi pode ser uma boa fonte de renda principalmente em pequenas e médias propriedades. “Pode ser uma alternativa para as famílias cujos filhos estão indo embora por falta de oportunidades”, diz Carvalho. Ainda de acordo com ele, o abacaxi exige um trato especial, mesmo com as pesquisas avançando rumo à mecanização. “Já existem bons exemplos na região de pequenos agricultores que prosperaram com a cultura e até se tornaram empregadores”, salienta o pesquisador.
Ele acredita que a fruta ainda é pouco conhecida na região, mas tende a crescer na medida que o produtor tiver conhecimento das vantagens. “O produto perene exige mais do homem do campo, que precisa constantemente acompanhar a lavoura, mas os resultados compensam”, explica Carvalho.
Além da rentabilidade, as pesquisas mostraram resultados promissores também na qualidade do abacaxi na região oeste. A pesquisadora Alessandra Detoni, que está com Carvalho estudando o abacaxi há dois anos, afirma que a relação acidez e doçura foi muito boa, algo indispensável para a cultura.
Ela destaca também as condições do solo e clima como importantes para a obtenção dos números positivos. “O abacaxi é uma planta rústica por isso a mentalidade de que os solos mais pobres são os mais indicados, mas não é bem assim. A fruta vai muito bem na terra roxa do oeste. Em solos férteis ele tem um desenvolvimento muito maior que nos mais arenosos. Só vai dar problema em locais como baixada, onde favoreça o acumulo de água, já que o encharcamento do solo prejudica a cultura”, explica Alessandra Detoni.
Em relação às pragas e doenças, a pesquisadora recomenda um cuidado maior com a colchonilha e sugere ao agricultor uma análise do solo antes do plantio para detectar a possível presença de nematoides, que podem inviabilizar a produção. Sobre a comercialização, a pesquisadora acredita que o mercado é promissor porque boa parte do abacaxi consumido na região vem de Minas Gerais. Além disso, a proximidade com países do Mercosul, como Paraguai e Argentina, facilita a exportação, o que pode abrir novos mercados.O evento conta com o apoio da Prefeitura de Santa Helena.
Tarde de Campo do Abacaxizeiro
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