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Em uma série de textos, o criador da extensão rural em Santa Catarina e autor de livros sobre o assunto, engenheiro agrônomo Glauco Olinger, faz um histórico da atividade no mundo e, especialmente no estado catarinense onde é exercida desde 1956.
"Aldoux Huxley, autor do "Admirável Mundo Novo", considerado um clarividente de rara inteligência, vaticinava que para compreender o futuro era preciso mergulhar no passado. É o que se faz nesta primeira conversa sobre extensão rural.
Fala-se do que se foi testemunho presente, e ainda vive com memória semelhante a, "luz das estrelas que se apagaram há muito tempo, mas que ainda persiste". Hoje, principalmente no ambiente acadêmico das universidades (não em todas, felizmente) e em certas instituições públicas e particulares do Brasil, que se dizem prestadoras de serviços de extensão, tem sido freqüente ouvir-se palestradores dissertando sobre extensão rural sem saberem do que estão falando.
Então, parece conveniente relembrar quando, porque e como a extensão rural chegou ao Brasil e a Santa Catarina, para melhor se entender o que hoje acontece e o que deveria prevalecer no futuro.
Antes de 1948, há notícias de atividades extensionistas realizadas no Rio Grande do Sul (palestras técnicas sobre agropecuária) e em Minas Gerais, na Escola Superior de Agronomia e Veterinária – ESAV, onde anualmente era realizada uma "Semana do Fazendeiro", durante a qual produtores rurais mineiros ouviam palestras e participavam de demonstrações de métodos sobre práticas agropecuárias, efetuadas pelos professores durante as férias escolares.
É preciso ficar claro que extensão, vem do vocábulo extendere (latin) que significa alargar, espalhar, alastrar, divulgar, vulgarizar, disseminar, difundir, etc. Trata-se de uma afirmação colhida nos melhores dicionários da atualidade. Assim foi, assim é,e deve ser, quando se quer definir o que seja a extensão rural. Trata-se da vulgarização de conhecimento por meio de processos ou métodos educativos.
No início do ano de 1948, no município paulista Santa Rita do Passa Quatro, o engenheiro agrônomo Marcos Pereira foi contratado para organizar e executar um serviço de assistência técnica, baseado em métodos educativos praticados pelo Serviço de Extensão da América do Norte – (Extension Service), com o objetivo de aumentar a produção e a renda dos produtores de leite do citado município. Era um projeto dirigido a um determinado público. Basicamente consistia em divulgar, por meios de métodos educacionais que veremos adiante, novas práticas de melhoramento das pastagens¸ a produção de feno e de silagem, o melhoramento das instalações, a reprodução, o manejo, o controle sanitário e a elevação da aptidão leiteira do rebanho, mediante a introdução de raças leiteiras e, principalmente, seu cruzamento com o gado zebuíno. Instruía também, os produtores a combater a saúva, na época insuportável praga das lavouras e das pastagens.
Foi assim que nasceu em Santa Rita do Passa Quatro, uma das maiores e melhores bacias leiteiras do Brasil, fruto de uma atividade extensionista bem executada. Marcos era um profissional competente (sabia ensinar o fazer, fazendo),trabalhador (começava o dia cedo e terminava quando o morcego saia das tocas, dizia ele), honesto, (consigo mesmo e com os agricultores, não mentia nem fazia relatórios fantasiosos para os financiadores do projeto), tinha entusiasmo pela causa dos agropecuaristas e uma das suas características marcantes, era a coragem, virtude que garante o exercício dos valores mencionados. Tais valores eram e devem ser os constituintes do mérito intrínseco que deve caracterizar um agente de extensão rural eficaz."
Glauco Olinger, engenheiro agrônomo
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