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“A cadeia do agronegócio deve se comunicar mais e melhor com seu cliente, que é o consumidor final. Cada vez mais ele irá querer saber a origem do produto”, diz o professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) José Luiz Tejon, que palestra no 5º Circuito Aprosoja.
Na sexta-feira (07.05) o especialista da ESPM, que aborda o tema “Comunicação com a Sociedade: Porque se preocupar com isso”, fez apresentação pela manhã em Sorriso e à noite em Sinop, as duas últimas cidades que receberão o Circuito. Na quinta-feira (06.05) o evento foi realizado em Lucas do Rio verde, dentro da programação do Entec$.
Segundo o especialista em Comunicação a imagem é construída ciclicamente e o desafio é transformá-la durante o tempo. “No passado o consumidor final não queria saber sobre a origem do produto, como era produzido o leite, a carne, a soja. Agora a cobrança se volta para as redes varejistas que já passaram a entender que muita gente estava de olho nelas do ponto de vista de qualidade alimentar. Com isso, o agricultor moderno, tem um valor estimativo maior na sociedade e na cadeia de valor.”
Mas para Tejon é preciso inserir o assunto comunicação nas estratégias de todas as lideranças agrícolas. “É necessário ganhar na corrida pela negociação e liderar a percepção e comunicação desses fatores na mente dos consumidores urbanos, o produtor rural ainda deve aparecer mais. A certificação do produto é uma grande oportunidade que só tende a aumentar”, explica Tejon.
Para ele é necessário ainda haver um resgate da auto-estima do produtor rural, pois o agricultor tem sido responsabilizado e cobrado sobre a origem e o processamento da produção. “Falamos de uma cadeia, do pós-porteira da fazenda, que é a grande locomotiva. Ou seja, falamos da agroindústria processadora do alimentos, do varejo, dos supermercados. Essa ponta representa 70% da cadeia”.
O professor enumera que o agricultor representa 20% e as agroindústrias de adubos, insumos representam 10% da cadeia. Para ele, a cobrança pelas responsabilidades do processo produtivo deve ser a toda a cadeia e não apenas feitas ao produtor. “Toda a indústria processadora tem uma imensa responsabilidade em apoiar a cadeia de valor. Deve haver uma proteção, uma blindagem ao produtor rural que é o mais fragilizado e está na ponta da produção. Hoje, esses pioneiros (agricultores) se sentem acusados e tomam para si os ataques, quando isso deveria ser melhor distribuído”. Entre os conflitos ele citou os problemas de legislação ambiental.
Para o palestrante é necessário sentar e dialogar com fornecedores para mostrar todo o trabalho feito desde o início da cadeia até o alimento que segue à mesa do consumidor. “A lição de casa deve começar na própria cidade onde o agricultor mora. É preciso que do taxista ao professor de ensino público entenda a importância do setor”.
O comunicador acrescentou ainda que associações como a Aprosoja, têm um papel fundamental de fortalecimento da imagem do setor e sugeriu que a entidade estreite o relacionamento com os fornecedores (varejo, agroindústrias, etc) e demais elos da cadeia no sentido de criar produtos que mostrem à sociedade os conceitos, fundamentos e funcionamentos da origem da produção até o produto final. “Essa é uma demanda em aberto, uma oportunidade. Em muitos países a publicidade do setor é forte, como é o caso dos Estados Unidos. Agora é a vez das associações, como a Aprosoja, e das cooperativas mostrarem o valor desses produtores”.
O presidente da Aprosoja Glauber Silveira que ministra palestra com o tema “Estratégias para próxima safra” disse que está no planejamento da associação aprofundar as estratégias de comunicação com a sociedade urbana e que os primeiros passos já foram dados. “Estamos em diálogo constante com associações experientes, como é o caso da Associação de Produtores de Soja de Illinois (EUA) que tem 90 anos e desenvolve o trabalho inicial de formação de opinião nas escolas. Queremos avançar ainda mais nessa iniciativa”.
Fonte: Ascom Aprosoja/MT -
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