3º Workshop em Biodegradação e Biorremediação

01.12.2009 | 21:59 (UTC -3)

O 3º Workshop em Biodegradação e Biorremediação está sendo realizado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna/SP), até esta sexta-feira (04/12), no Auditório do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas/SP.

O evento reúne ecologistas, geneticistas e químicos especialistas de todo o mundo para discutir tópicos relativos à ecologia e ao uso potencial de microrganismos e plantas para limpar o solo e a água.

Conforme o coordenador do encontro, o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Itamar Soares de Melo, “essa edição terá uma abordagem muito importante: a poluição de água, solo e ar, problemas que estão desafiando a comunidade internacional”.

Para Melo, os estudos de biodegradação e de biorremediação requerem mais do que o conhecimento de uma ou mais disciplinas. “Existe uma necessidade crescente de técnicas e produtos que minimizem os efeitos negativos de agroquímicos no ambiente”.

“A biorremediação é um processo ou estratégia que busca detoxificar o solo ou outros ambientes contaminados fazendo uso de microrganismos – fungos e bactérias e de enzimas. É um mecanismo de estimulação de situações naturais de biodegradação para a limpeza de derramamentos de óleos e tratamento de ambientes terrestres e aquáticos contaminados com compostos xenobióticos - substâncias sintéticas poluidoras. Mais segurança e menos perturbação do meio ambiente são os principais benefícios da biorremediação”, explica o pesquisador.

Apesar de fundamentadas em um único processo básico - biodegradação, as técnicas de biorremediação envolvem variações de tratamentos in situ - no local e ex situ - fora do local, que pode incluir inúmeros procedimentos.

Vários contaminantes podem ser tratados biologicamente com sucesso. Estes incluem petróleo bruto, seus hidrocarbonetos como gasolina - que contém benzeno, xileno, tolueno e etilbenzeno, óleo diesel, combustível de avião, preservativos de madeira, solventes diversos, lodo de esgoto e outros compostos xenobióticos ou biogênicos.

“A poluição por petróleo e seus derivados, em ambientes marinhos, tem sido um dos principais problemas ambientais das últimas décadas. Diversas técnicas físicas e químicas foram desenvolvidas para a retirada do petróleo derramado no mar ou para a redução dos seus efeitos sobre o ecossistema. A descoberta de que certas bactérias que vivem nos sedimentos marinhos, inclusive na areia das praias, podem degradar os seus componentes abriu a possibilidade de usar métodos biológicos para o tratamento dos derrames”, esclarece o pesquisador.

“Além disso, continua Melo, os microrganismos podem ser utilizados no tratamento de meios contaminados com metais. Infelizmente, os metais não podem ser biodegradados, mas os microrganismos podem interagir com eles adsorvendo-os à parede celular ou transformando-os de uma forma química para outra, mudando seu estado de oxidação através da adição ou remoção de elétrons - redução e oxidação".

Fitorremediação

A fitorremediação pode ser definida como o uso de vegetação in situ para o tratamento de solos contaminados. As plantas podem remediar esses solos por meio da absorção e acumulação dos metais pesados em seus tecidos, adsorção dos metais no sistema radicular com imobilização dos contaminantes, libertação para o solo de oxigênio e outros compostos, estimulação da biorremediação por fungos ou outros microrganismos localizados no sistema solo-raiz.

O encontro reúne especialistas da Thompson Rivers University – Canadá, da Biotecnologia Biosage, Environmental Protection Agency, da Cornell University, da University of Georgia, da North Carolina State University – EUA, da Universidade de São Paulo, da Universidade Estadual de Campinas, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, do Instituto Agronômico, da Petrobras, da Universidade Federal de Santa Catarina, da Associação Nacional de Defesa Vegetal, da FMC do Brasil, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Universidade Federal do Ceará, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, do Instituto Nacional de Tecnologia, Ministério da Ciência e Tecnologia, da Universidade Estadual Paulista, do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas e da Embrapa.

Mais informações pelo site

Cristina Tordin

Embrapa Meio Ambiente

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