Lançamento do “Boletim do Feijão” marca ação do CRIAR-NT no apoio técnico às principais culturas agrícolas do país
Os produtores de Mato Grosso iniciaram o ano com uma nova preocupação: as ocorrências da Lagarta falsa-medideira nas lavouras de soja, praga que ataca as extremidades das folhas. Com nome científico Pseudoplusia includens, a lagarta que tem coloração verde clara, linhas brancas e, tipicamente, apresenta três pares de falsas pernas, normalmente é caracterizada como praga secundária na cultura da soja, mas apareceu mais forte nesta safra e está deixando os produtores apreensivos.
É essa característica de atuação, segundo Nery Ribas, diretor técnico da Aprosoja, que dificulta o controle. “Por conta da soja ter vegetado bem, e a lagarta atacar a parte inferior da planta, fica difícil o inseticida chegar até a área de ação, complicando o controle.” Ainda segundo Nery, importante também é observar se a praga atingiu o nível de controle. “Por isso novamente reforçamos que o monitoramento é a melhor medida de prevenção.”
De acordo com o produtor do município de Canarana, Marcos da Rosa, uma das explicações para a grande incidência da lagarta na propriedade é o clima com grande incidência de precipitações durante as aplicações. “Tem chovido bastante e, ás vezes, não dá tempo de o defensivo agir na praga. Estamos tendo que entrar na lavoura de sete em sete dias para fazer aplicações, e isso, na soja florescendo.”
Já nas propriedades da região Oeste, onde a planta está na fase de enchimento de grãos, a presença da praga é geral, porém, os produtores observam que as aplicações foram feitas de maneira consistente e corretas. O produtor e presidente do Sindicato Rural de Campo Novo dos Parecis, Alex Utida, observa que talvez alguns princípios ativos podem está perdendo a eficiência. “Eu usei diferentes defensivos e notei que alguns atingiram sua eficácia, outros nem tanto, dificultando o controle da praga.”
Na região Sul o aumento da incidência da lagarta ocorreu no período de fim de ano quando, possivelmente, o monitoramento pode ter diminuído, explica Osvaldo Pasqualotto. “Apesar disso, os produtores na região Sul estão bem preparados e conseguiremos fazer o controle.”
A situação também não é diferente na região Norte, segundo relato de produtores. “A falsa-medideira ainda não está comendo muito as folhas, mas o controle está difícil por estarem nas folhas da parte inferior”, explica o produtor de Nova Mutum, Emerson Zancanaro.
Devido ao monitoramento e cuidados dos produtores diante dos alertas, a temida lagarta Helicoverpa ssp. dá sinais de estar sobre controle e, em algumas regiões, seus efeitos não foram tão notados. “Na região sul tivemos baixa incidência da Helicoverpa devido ao controle e monitoramento intensivo diante dos vários alertas da Aprosoja”, pontua o produtor de Rondonópolis, Osvaldo Pasqualotto.
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