Faleceu Vera Lúcia de Amorim Biagi
O fato ocorreu em São Paulo, onde estava internada, em decorrência de um AVC
A versão atualizada do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) do café para o estado da Bahia foi publicada pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Diário Oficial da União desta segunda-feira (05/09). Os novos resultados passaram a classificar alguns municípios adicionais dentro das categorias de baixo risco climático na Região da Chapada Diamantina.
O setor produtivo local solicitou ao Departamento de Gestão de Riscos (Deger/Mapa) a revisão dos resultados para sequeiro, alegando que tal produção seria viável em algumas áreas. Uma parte relevante da produção local provém de áreas irrigadas, cultivo já indicado como de plena viabilidade por resultados anteriores do Zarc que, no entanto, não as identificavam para sequeiro.
A região permanecia subestimada devido à condição predominante no seu entorno, com clima majoritariamente quente e seco e de semiárido e, ainda, pelo número reduzido de estações meteorológicas com séries históricas de duração suficiente. Para atualizar estatísticas e estimar a real viabilidade do sequeiro na região, uma missão técnica foi realizada no âmbito da cooperação técnica entre Embrapa, Mapa e Proagro - Banco Central do Brasil.
O levantamento feito por uma equipe de pesquisadores da Embrapa resultou na indicação de favorabilidade para o cultivo de café sequeiro em área formada por uma faixa de transição estreita de terras, com altitude predominante acima dos 800 metros, orientada de norte a sul e cobrindo alguns municípios ou parte de municípios.
A versão atualizada do Zarc Café passou a incluir municípios, principalmente na parte norte da Chapada, como Bonito, Seabra, Iraquara, Mulungu do Morro, Morro do Chapéu, entre outros.
A missão técnica organizada pela Embrapa, coordenadora da Rede Zarc, teve a participação de pesquisadores de quatro centros de pesquisa, que percorreram municípios da região da Chapada Diamantina, no estado da Bahia, visitando áreas produtoras de café e entrevistando técnicos locais e produtores. A iniciativa foi realizada entre os dias 24 e 27 de julho último.
O objetivo da expedição foi coletar dados sobre produtividade, fenologia, condições climáticas, solo e relevo além de informações sobre o cultivo do café de sequeiro na região para ampliar a base de conhecimento do Zarc do Café.
Ao chegarem à região, os pesquisadores constataram tratar-se de um ambiente com características particulares, com lavouras de café bem conduzidas, apresentando elevado vigor vegetativo e rendimentos superiores à média do Estado.
Entre as principais características favoráveis verificadas pelos especialistas estão:
Água - Em função da altitude elevada, acima de 900 metros na maioria dos cafezais avaliados, a região apresenta ambiente térmico ameno, com temperaturas médias mensais variando entre 18 e 25 °C, proporcionando baixas taxas de perdas de água pelo processo de evapotranspiração.
Chuvas - O regime pluviométrico é fortemente influenciado pelo relevo local, com acumulados anuais entre 800 e 1200 milímetros anuais com boa distribuição ao longo do ano e restrição hídrica mais acentuada em apenas dois meses do ano.
Solo - Foi observado que as lavouras normalmente são cultivadas em solos profundos, característicos de latossolos, com boa fertilidade natural, bem manejados e elevado nível tecnológico.
Integraram a expedição os pesquisadores Gustavo Rodrigues, Fernando Macena, Balbino Evangelista e Maurício Coelho, da Embrapa Agricultura Digital, Cerrados, Aquicultura e Pesca e Mandioca e Fruticultura, respectivamente.
No processo de atualização do Zarc, foram selecionadas duas séries históricas adicionais de estações pluviométricas provenientes das regiões produtoras de café e mais 16 séries de dados pluviométricos estimados por satélite. Além disso, o raio de influência dos pontos de estação foi reduzido para gerar resultados mais localizados sobre a Chapada, adequados à particularidade da região.
A partir disso, foi gerada uma nova versão para o Zarc Café Arábica de sequeiro, sendo possível identificar com maior precisão os municípios com viabilidade de produção e menor risco climático para o café de sequeiro, explica o coordenador da Rede Zarc, o pesquisador Eduardo Monteiro, da Embrapa Agricultura Digital.
“As informações verificadas localmente, somadas à inclusão de novos dados meteorológicos no processamento do Zarc café permitiu uma avaliação mais precisa e localizada, permitindo comprovar a viabilidade do cultivo com risco dentro dos limites aceitáveis para a produção de café naquela região”, aponta Monteiro.
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