Workshop debate PL que altera legislação sobre defensivos agrícolas

Além de analisar o PL dos defensivos, o evento detalhou também a logística reversa de embalagem de defensivos e o movimento Colmeia Viva

07.08.2018 | 20:59 (UTC -3)
Noemi Oliveira

No acalorado debate sobre o PL 6299, que promove alterações na legislação de defensivo agrícola, passou despercebida a informação de que, dos 36 produtos que estão aguardando aprovação pelos órgãos reguladores brasileiros, 28 já foram aprovados em outros países: 19 deles estão aprovados nos Estados Unidos; 17 no Japão e na Europa; 16 no Canadá; 15 na Austrália; e 14 na Argentina. Os dados foram destacados por Mário Von Zuben, diretor executivo da Andef – Associação Nacional de Defesa Vegetal durante Workshop Para Jornalistas do Agro, promovido nesta terça-feira (7/8) pela ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio em parceria com a Andef, o Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal e o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV).

O executivo enfatizou ainda que poucos segmentos do setor químico têm critérios tão rígidos para aprovação de um novo produto como é o caso dos defensivos agrícolas. “A colocação de um novo produto no mercado requer de 17 a 20 anos para que uma nova molécula se torne um defensivo, sendo 11 anos para pesquisa e 8 para registro do novo produto no Brasil. Aproximadamente 160 mil moléculas são sintetizadas, analisadas, selecionadas, testadas e estudadas ao longo do processo para se chegar a um novo produto”, destacou Von Zuben. “Quando uma indústria remete um novo produto para aprovação nos órgãos reguladores ela é a maior interessada em ter toda segurança, pois tem sua reputação a zelar”, acrescenta.

Na avaliação de Silvia Fagnani, diretora executiva do Sindiveg, que também participou do Workshop fazendo uma análise detalhada do PL 6299, há uma contaminação ideológica em toda a discussão do tema. “Nós temos uma desconfiança sobre se o PL foi lido e entendido na sua totalidade”, observou Silvia, acrescentando que, muitas vezes, a opinião de um leigo, sobretudo um artista, é mais considerada do que a de especialistas, que analisam a questão com base em dados científicos.

Em outra palestra no Workshop, a gerente de Sustentabilidade do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), Maria Helena Calado, fez uma apresentação sobre o programa brasileiro de logística reversa, denominado Sistema Campo Limpo, que recebe e dá destinação correta para 94% das embalagens plásticas de defensivos agrícolas, que se tornou uma referência mundial. “Alcançamos, em 2017, a marca de 44,7 mil toneladas e acreditamos ter atingido a maturidade do sistema, de maneira que não se espera grande crescimento daqui para frente até por certa evolução no tipo de embalagem, que tem se tornado mais leve, gerando menor volume.

Também foi feita uma apresentação detalhada a respeito do Colmeia Viva, um movimento do setor de defensivos agrícolas que tem por objetivo incentivar o diálogo entre agricultores e criadores de abelhas para que, juntos, possam ser encontrados caminhos para uma relação que valorize a proteção racional dos cultivos, o serviço de polinização feito por abelhas, sua proteção e do meio ambiente, além do respeito à apicultura. A gerente de Uso Correto e Seguro do Sindiveg, Paula Arigoni diz: “Para cumprir esse objetivo temos um plano de metas até 2020 com ações e iniciativas que podem ser conferidas no www.colmeiaviva.com.br”.

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