Solução tecnológica monitora dados em tempo real para a maior eficiência no campo
HxGN AgrOn Production calcula recursos para o cultivo, gerencia a frota e até recomenda ações para a maior eficiência
O valor médio do algodão em pluma subiu pelo sexto mês consecutivo em abril. A oferta limitada da safra 2016/17 e a necessidade das indústrias do Sul ao Nordeste no spot impulsionaram a cotação da pluma ao longo do mês.
Ainda que parte das indústrias estivesse retraída, outros compradores demonstraram interesse em novas aquisições, aumentando os valores de suas ofertas para concretizarem algum volume – mesmo para os lotes com alguma característica (como fibra, micronaire e cor).
Importante considerar que, com o bom desempenho das exportações nesta temporada, o algodão disponível está concentrado nas “mãos” de poucos
agentes. Do lado vendedor, os altos preços externos e o aumento do dólar frente ao Real deram suporte aos maiores valores pedidos por cotonicultores
e tradings no spot.
Em abril, o Indicador do algodão CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumulou alta de 10,13% – essa foi a maior elevação mensal desde abril/15 –,
fechando a R$ 3,3373/lp na segunda-feira, 30. A média mensal, de R$ 3,1834/lp, foi 6,55% maior que a de março/18 e 13,43% superior à de abril/17
(dados atualizados pelo IGP-DI mar/18).
Quanto à temporada 2017/18, o setor está atento ao desenvolvimento da lavoura nas principais regiões e ao início da colheita em São Paulo, seguido
por Bahia e Goiás no final de maio ou início de junho. Para a comercialização futura, houve boa liquidez em abril. Agentes
efetuaram lotes para entregas programadas tanto para o segundo semestre de 2018 (envolvendo pluma da temporada 2017/18) como para a safra
2018/19 (direcionados aos mercados interno e externo). Para o mercado doméstico, foram baseadas especialmente no Esalq e em moeda norteamericana
para entregas no Brasil. Porém, alguns cotonicultores demonstram que já estão com boa parte da produção comprometida, especialmente para
este ano.
Quanto às negociações de fios, sejam 100% de algodão ou misto (com poliéster, especialmente) vários negócios foram captados pelo Cepea ao longo
de abril. No caso dos de algodão, para os tipos mais comuns, colaboradores afirmam que há bastante dificuldade em repassar as altas da pluma para os
produtos, como fios e tecidos. Já para tipos mais finos, como o vortex, há “queda de braço” quanto aos preços, mas normalmente é sinalizado que a
oferta está menor que a procura.
Dados da BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) tabulados pelo Cepea apontam que 74,3% da safra brasileira 2016/17, estimada em 1,529 milhão de
toneladas, teria sido comercializada até o dia 30 de abril. Deste total, 61,5% foram direcionados ao mercado interno, 27,8%, ao externo e 10,7%, para
contratos flex (exportação opção para mercado interno). Para a próxima temporada, dados indicam que ao menos 44,3% da produção de 2017/18
(projetada em 1,862 milhão de toneladas) foi comercializada no mesmo período, sendo 45,2% ao mercado doméstico, 37,9%, para exportação e
16,9%, para contratos flex.
Dados do Cepea mostram que, em abril, os preços de exportação para embarque entre agosto e dezembro/18 tiveram média de US$ 0,8025/lp,
2,34% acima dos captados em março/17 (US$ 0,7841/lp). Para exportação no segundo semestre de 2019 (referentes à safra 2018/19), a média está em US$
0,7785/lp, aumento de 0,55% frente à do mês anterior.
Em abril, o Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) teve média de US$ 0,9205/lp, apenas 0,18% inferior à de março/18. O
primeiro vencimento na Bolsa de Nova York (ICE Futures) subiu 0,38% (US$ 0,8323/lp). Conforme cálculos do Cepea, a média da paridade de exportação
na condição FAS (Free Alongside Ship), porto de Paranaguá (PR), foi de R$ 2,7097/lp, alta de 4,06% em relação à do mês anterior (R$ 2,6040/lp). O dólar
se valorizou 4% frente ao Real nesse mesmo período (R$ 3,4081).
Quanto aos contratos na Bolsa de Nova York, oscilaram ao longo do mês. A disputa tarifária entre os Estados Unidos e China, a boa demanda pela pluma
norte-americana da safra 2017/18 e a realização de lucro foram os fatores que influenciaram a volatilidade no mês. Entre 29 de março e 30 de abril, o
contrato Maio/18 aumentou 3,95% (US$ 0,8468/lp) – atingindo o maior valor desde sua abertura no dia 20/04 (US$ 0,8547/lp). O vencimento Jul/18 subiu
2,49% (US$ 0,8384/lp); Out/18, 1,5% (US$ 0,8042/lp) e Dez/18, 1,35% (US$0,7878/lp).
ICAC – O relatório de maio de 2018 do Icac (Comitê Internacional do Algodão) revisou positivamente a produção mundial da safra 2017/18, para 25,97
milhões de toneladas, 12,5% maior que na temporada anterior. O consumo poderá atingir 25,49 milhões de toneladas, crescimento de 3,9%;
impulsionando a comercialização para 8,7 milhões de toneladas (+6,9%).
Para a safra 2018/19, o Comitê espera moderado crescimento na área semeada, com a média dos últimos 10 anos em 32,4 milhões de hectares. O
fator de impulso apontado é o alto patamar do Cotlook A da 2017/18, em média a US$ 0,83/lp – mesmo valor médio da safra 2016/17. Com isso, apesar
da preocupação com a seca no oeste do Texas (responsável por 25% da produção norte-americana), a área semeada nos Estados Unidos deverá
atingir 5,08 milhões de hectares, aumento de 11%. Na China, se espera estabilidade na área semeada e na Índia, redução.
O consumo 2018/19 pode aumentar em 4,8%, indo para 26,7 milhões de toneladas, puxada pelo aumento de importações da China e Bangladesh. A
comercialização mundial pode avançar para 9,24 milhões de toneladas, aumento de 6,2% frente à safra 2017/18, com os Estados Unidos como maior
exportador mundial. Devido ao crescimento do consumo, o estoque mundial pode cair para 18,28 milhões de toneladas (-5,33%).
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO – Segundo dados da Secex, os embarques recuaram pelo sexto mês consecutivo. De março para abril, a queda foi de
39,3%, chegando a 28,6 mil toneladas e, frente a abril/17, o volume está 7,3% inferior (30,9 mil toneladas). Em abril/18, o faturamento foi de US$ 50,2
milhões, 38,9% inferior ao de março/18 e apenas 8,9% abaixo do de abril/17 (US$ 55,1 milhões). O preço médio, de US$ 0,7951/lp, registrou aumento de
apenas 0,6% frente ao mês anterior, mas esteve 1,8% inferior ao de abr/17.
Em moeda nacional, a receita foi de R$ 171 milhões em abr/18, 36,5% menor que os R$ 269,2 milhões do mês anterior, e somente 1,2% menor que os R$
173 milhões de abr/17. Em relação à importação, o volume de 1,533 mil toneladas de abril/18 é o maior desde julho/17; assim, o aumento é de 11,3% no comparativo com
março/18, mas com queda de 68,2% frente aos dados de abr/17. Em abril/18,o preço médio de importação foi de US$ 0,8045/lp, recuo de 21,4% se
comparado ao de mar/18, mas 0,5% acima do US$ 0,8003/lp de um ano atrás.
CONAB – Dados divulgados no dia 10 apontam produção brasileira de 1,862 milhão de toneladas na safra 2017/18, quase 22% acima da anterior e maior
que o volume projetado em março (de 1,854 milhão de toneladas). A área cultivada está estimada em 1,144 milhão de hectares (+21,9%), enquanto a
produtividade deve ficar praticamente estável se comparada à da safra 2016/17, em 1.627 kg/ha (-0,1%) – no relatório de março, era apontada queda
de 0,4% frente à temporada anterior.
CAROÇO DE ALGODÃO – Ao longo de abril, várias negociações de caroço de algodão foram acompanhadas pelo Cepea para embarque imediato,especialmente na segunda quinzena, envolvendo tanto lotes de pequenos volumes, na maioria para atender à demanda pecuária, como maiores,direcionados para as indústrias. Por outro lado, há agentes que estão utilizando o caroço já contratado e não demonstraram interesse em comercializar no spot. Outros, ainda, estiveram voltados às vendas de farelo e torta e cumprindo programações de óleo.
Segundo informações captadas pelo Cepea, o preço médio do caroço no mercado spot em abril em Barreiras (BA) ficou estável em relação ao mês anterior, a R$ 453,72/t. Em Campo Novo do Parecis (MT), a baixa foi de 2,2% (R$ 324,53/t) e, em Lucas do Rio Verde (MT), de 1,3% (R$ 323,17/t). Já em Primavera do Leste (MT), o preço subiu 11,3%, a R$ 433,42/t.
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