Usina de produção de biometano e geração de energia, em Sabará (MG), prevê a geração de 80 mil m³ diários do gás natural

Empresa italiana Asja vai produzir biogás por meio do tratamento de rejeitos

03.10.2023 | 14:59 (UTC -3)
Secom
Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG
Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

Nesta terça (3/10), o Governo do Estado de Minas Gerais acompanhou a vistoria do projeto de usina de produção de biometano e geração de energia no Aterro Sanitário de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O investimento de R$ 152 milhões será feito pela empresa italiana Asja, com previsão de produção de 80.000 metros cúbicos diários do gás natural renovável, e geração de 24 empregos permanentes.

O biometano pode ser usado em diversas aplicações, desde mobilidade urbana até indústrias de grande porte. Mais sustentável, o produto auxilia na descarbonização, compromisso assumido internacionalmente pelo Governo de Minas rumo a uma transição para uma economia mais verde. ​A formalização do investimento foi realizada em setembro, na cidade de Turim (Itália), durante a recente missão do Estado à Europa para atração de investimentos.

“Esse gás pode ser utilizado por diversas indústrias que, hoje, fazem uso do gás natural e ele é gerado a partir do lixo. O que nós queremos é isso: um desenvolvimento com energia sustentável e, principalmente a geração de empregos para os mineiros”, destacou Romeu Zema, governador do Estado.

Ganhos ambientais

A usina promete ser um modelo para Minas Gerais e para o país em reaproveitamento de resíduos, promovendo também grande contribuição para o processo de descarbonização da economia mineira.

De acordo com a empresa, a planta de Biometano em Sabará fará a produção com alta tecnologia e dentro dos padrões exigidos pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a partir do biogás gerado da decomposição da fração orgânica dos resíduos sólidos do aterro, operado pelo Grupo Vital, que é parceiro no projeto.

O processo consiste no tratamento e purificação do biogás, elevando o poder calorífico, tornando-o semelhante ao gás natural, com a grande vantagem de ser um biocombustível altamente eficiente e de baixo impacto ambiental.

Além disso, no mesmo local haverá dois geradores de energia movidos com o gás produzido, com capacidade de 2.8 MW, para autoconsumo. Ao todo, a planta da Asja contribuirá para evitar a dispersão de 415.000 tCO₂eq/ano (tonelada de dióxido de carbono equivalente).

A planta de biometano contribuirá, ainda, para a diversificação da matriz energética do país, reduzindo a dependência de fontes não renováveis e importadas de energia. Neste sentido, o biometano pode ser utilizado para fins industriais e frota veicular, em substituição ao gás natural. Isso aumentará a segurança energética e fortalecerá a autonomia na produção de recursos essenciais.

Liderança em energia limpa

Com o novo investimento, a usina da Asja vai contribuir para que Minas Gerais amplie a sua liderança no país na produção de energia renovável.

Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o estado alcançou a marca de 99,5% da matriz energética vindas de fontes renováveis (hidrelétrica, solar, eólica e biomassa).

É de MG a liderança em geração de energia solar fotovoltaica no país, superando a marca de 6 GW de capacidade instalada (somando as modalidades centralizada e distribuída), e com potencial para ultrapassar os 50 GW, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.

Vale destacar, ainda, que Minas Gerais será sede da primeira fábrica de equipamentos para a produção de hidrogênio verde da América Latina. Além disso, foi o primeiro Estado latino-americano e do Caribe a aderir à campanha mundial ‘Race to Zero’, para neutralizar a emissão de gases do efeito estufa até 2050.

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