BASF realiza parceria inédita com fintechs para oferta de crédito aos agricultores
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O Brasil se comprometeu a acabar com o desmatamento até 2030 na COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), onde assinou, com outros cem países, a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo. A Radix Investimentos Florestais vai ao encontro desse objetivo, ao democratizar investimentos verdes em mogno africano, melhorar a qualidade do ar e evitar a destruição de florestas nativas. A greentech abriu a oitava rodada de crowdfunding, com títulos verdes a partir de R$ 690, para ampliar a área plantada.
“A gente vem sentindo na pele as consequências do problema climático e o mundo todo está ciente de que é necessária uma mudança de paradigma. Oferecemos a oportunidade de cuidar do planeta e ainda ser retribuído por isso”, diz Gilberto Derze, sócio-fundador da empresa. A Radix possui 110 hectares de Mogno Africano cultivados em áreas degradadas de Roraima e Minas Gerais, que são recuperadas com o plantio e manejo sustentável e dão lastro aos investimentos realizados. Todo processo de investimento é online, em plataforma regulada pela CVM -- Comissão de Valores Mobiliários.
Os plantios da empresa são segurados pela Mapfre e são divididos em módulos, que são ofertados em cotas por meio de rodadas públicas de investimento, cujo retorno esperado gira em torno de 12 a 16% ao ano. O ponto de comercialização da madeira é atingido em 18 anos, quando o valor aplicado é multiplicado entre oito e 15 vezes. Conhecido como novo ouro verde, o mogno africano é fonte de madeira de alto valor agregado e teve grande aumento do valor médio nos últimos 12 meses, refletindo na expectativa de rentabilidade e valorização do ativo. Outro ganho é o sequestro de gás carbônico da atmosfera. Apenas o módulo florestal em oferta é capaz de retirar cerca de 340 ton de CO2 da atmosfera todos os anos.
Criada em 2015, a Radix tem 869 investidores e já captou mais de R$ 3 milhões via crowdfunding. A estimativa é arrecadar R$ 1 milhão nessa rodada e implementar mais 60 hectares de mogno africano em 2022. A oferta pública é realizada pela Arborus Crowdfunding, plataforma de investimento colaborativo focada em projetos verdes. O processo é simplificado e concretizado por meio do pagamento de um boleto bancário depois que o investidor assina digitalmente os contratos referentes ao investimento.
A cada oferta pública da Radix, 5% do valor captado vai para um fundo socioambiental direcionado para ações sociais, e que hoje também alimenta uma parceria com a Embrapa em um projeto de pesquisa para criar um modelo agroflorestal para os produtores da região amazônica. "A gente vem criando novas formas de investir em ativos florestais, para que o mercado alcance maturidade, entenda melhor esse tipo de investimento e compre a ideia de investir em projetos de longo prazo que também tenham benefícios socioeconômicos e ambientais”, conta Derze.
O objetivo da Radix é oferecer meios para que tanto os grandes investidores quanto a população em geral possam fazer a diferença. “Na pandemia, as pessoas começaram a pensar melhor qual papel delas no mundo. Nossa oferta anterior acabou em 24h devido a grande procura, e juntos, vamos contribuir para o Brasil alcançar seus objetivos e prezarmos por um planeta mais abundante”, diz o empreendedor.
A falta de um mercado secundário de títulos, ainda não regulamentado pela CVM, é um dos problemas desse segmento, já que resulta em baixa liquidez para os investimentos. Mas as notícias são boas, pois a autarquia já sinalizou a intenção de normatização desse setor e, no SandBox realizado no início de 2021, selecionou duas empresas focadas nessa solução. Uma delas é o Basement, voltada à escrituração dos títulos - e que hoje já é a responsável pelo registro e controle do Cap Table dos Módulos Florestais da greentech.
“A nova instrução 588 deve ser aprovada ainda no primeiro trimestre de 2022 e a Radix será a primeira empresa emissora de títulos de crowdfunding no Brasil a ter seus títulos escriturados, segundo Frederico Rizzo , CEO da Basement”, vibra Derze. Esse é primeiro passo para um mercado secundário estruturado, o que trará mais liquidez e, consequentemente, valor aos títulos florestais.
Ainda em 2021, a Radix conclui o processo de registro para venda de seus créditos de reposição florestal, uma espécie de pagamento por serviço ambiental, que é realidade no Estado de Roraima. Produtores rurais, principalmente os madeireiros, precisam fazer a compensação legal da extração com a compra desses créditos - cada hectare de mogno africano gera reposição florestal equivalente a 150 metros cúbicos de madeira. O valor recebido com a venda nos Módulos 2 e 3 da empresa, plantados em 2017 e 2018, será distribuído entre os investidores detentores de títulos dessas áreas, conforme é previsto no contrato de investimento, e deve render a cada cota um dividendo de R$ 25 a R$ 30. São os ativos florestais e a preservação rendendo mesmo antes da exploração da madeira da floresta.
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