Tecnologia do consórcio probiótico amplia tolerância à seca

Pesquisadores brasileiros descobriram que o uso de inoculação de bactérias promotoras de crescimento das plantas podem contribuir para ajudar as espécies a suportar os efeitos do estresse climático

13.06.2022 | 13:34 (UTC -3)
Leonardo Gottems
Pesquisadores brasileiros descobriram que o uso de inoculação de bactérias promotoras de crescimento das plantas podem contribuir para ajudar as espécies a suportar os efeitos do estresse climático. - Foto: Divulgação
Pesquisadores brasileiros descobriram que o uso de inoculação de bactérias promotoras de crescimento das plantas podem contribuir para ajudar as espécies a suportar os efeitos do estresse climático. - Foto: Divulgação

Bactérias extraídas de porções de solo que estão em contato com as raízes têm ajudado a alguns grupos de plantas a desenvolverem mecanismos de tolerância à falta de água. Observando esse fenômeno natural, pesquisadores brasileiros descobriram que o uso de inoculação de bactérias promotoras de crescimento das plantas podem contribuir para ajudar as espécies a suportar os efeitos do estresse climático – um problema cada vez mais presente na agricultura mundial.

Com base nessas pesquisas foi desenvolvida a TCP (Tecnologia do Consórcio Probiótico), que conseguiu incluir em um de seus microbiomas alguns filos de Actinobactérias e alguns gêneros de Bacillus específicos que promovem uma maior tolerância à seca. Quando em contato com as raízes que estão sob estresse abiótico, esses agentes biológicos desenvolvem um ambiente mais úmido e favorável ao seu desenvolvimento, evitando assim, a desidratação das raízes.

Estudo científico realizado em Maracaju, no estado de Mato Grosso do Sul, na safra 2021/2022 pela Fundação MS Integração fez uma comparação entre um microbioma projetado TCP versus um pool de soluções do mercado, visando produtividade. Ambos foram expostos à forte seca ocorrida na região.

Com base nessas pesquisas foi desenvolvida a TCP: Tecnologia do Consórcio Probiótico. - Foto: Divulgação
Com base nessas pesquisas foi desenvolvida a TCP: Tecnologia do Consórcio Probiótico. - Foto: Divulgação

O resultado foi um maior desenvolvimento do sistema radicular da planta com tratamento da TCP, tornando o vegetal mais eficiente na extração e uso da água do solo, resultando numa maior produtividade quando comparado com a testemunha e o pool de soluções do mercado.

“É o terceiro ano que fazemos estudos em Maracaju/MS com a TCP. Nos primeiros dois anos os resultados foram de 10 e 8 sacas de soja a mais por hectare. Com a seca dessa safra 2021/2022 continuamos mantendo uma maior produtividade por hectare” explica Ubirajara Fontoura, fundador da Embrapa no Mato grosso do Sul e da Fundação Chapadão/MS.

Um segundo resultado foi obtido em uma estação experimental localizada no pólo de desenvolvimento tecnológico Biopark, na cidade de Toledo, estado do Paraná, onde o stress hídrico fez agricultores da região colherem apenas 16 sacas de soja por hectare na safra 21/22. Nesse caso, o incremento de produtividade com o uso da TCP ajudou a proporcionar uma colheita de 40 sacas por hectare.

Pesquisa conseguiu incluir em um de seus microbiomas alguns filos de Actinobactérias e alguns gêneros de Bacillus específicos que promovem uma maior tolerância à seca. - Foto: Divulgação
Pesquisa conseguiu incluir em um de seus microbiomas alguns filos de Actinobactérias e alguns gêneros de Bacillus específicos que promovem uma maior tolerância à seca. - Foto: Divulgação

“Fizemos um trabalho em conjunto com a Smart Farm, ajudando no desempenho da cultura da soja com a nossa tecnologia. Aconteceu da seca rigorosa na região, mas ainda assim o resultado final deixou todos muito contentes”, completa Altamiro Alvernaz, um dos desenvolvedores da TCP.

“A associação dessa nova bactéria ao microbioma TCP será um bônus, mais uma funcionalidade aos produtos com a tecnologia TCP para a agricultura”, finaliza Alvernaz.

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