Tecnologia agiliza identificação de defensivos agrícolas falsificados

Com apenas três gotas da substância suspeita, o espectrômetro de infravermelho é capaz de detectar com precisão se o material é falsificado

23.09.2024 | 15:45 (UTC -3)
Shismenia Oliveira, edição Revista Cultivar
Foto: divulgação/Anffa Sindical
Foto: divulgação/Anffa Sindical

Em menos de cinco minutos, auditores fiscais federais agropecuários podem identificar defensivos agrícolas falsificados graças a um espectrômetro de infravermelho que permite análises rápidas e precisas, reduzindo a necessidade de enviar amostras para laboratórios, o que otimiza tempo e recursos. Em dois anos de uso, o aparelho já diagnosticou cerca de 200 produtos suspeitos, fortalecendo as operações de combate a produtos ilegais no setor agropecuário. 

O espectrômetro passou seu primeiro ano construindo uma vasta biblioteca de referência com mais de mil itens, o que hoje garante uma precisão ainda maior nas análises. O equipamento é capaz de detectar irregularidades com apenas três gotas de líquido ou uma quantidade mínima de sólidos, tornando o processo de inspeção mais ágil e eficiente.

“A inspeção visual, como verificação de rotulagem e embalagem, continua importante, mas nos últimos anos temos uma tecnologia que oferece uma identificação quase imediata”, afirma Marcelo Bressan, engenheiro agrônomo e auditor agropecuário responsável pelo projeto Sistema de Triagem Rápida de Agrotóxicos e Resíduos (Sitrar), do Ministério da Agricultura (Mapa).

O gráfico compara a absorção de agrotóxicos falsificados (vermelho) e originais (azul), evidenciando diferenças na composição química
O gráfico compara a absorção de agrotóxicos falsificados (vermelho) e originais (azul), evidenciando diferenças na composição química

O auditor explica que o uso do aparelho elimina a necessidade de consumíveis, tornando as análises praticamente sem custo adicional, ou seja, além de sua precisão, o equipamento contribui para a redução de custos, já que diminui a dependência de análises laboratoriais mais complexas. “Hoje, a análise de pesticidas está consolidada e trazendo resultados práticos. Os auditores fiscais agropecuários foram pioneiros no uso dessa tecnologia no Brasil, e isso garante a qualidade dos insumos, protegendo o meio ambiente e a saúde”, afirma Bressan.

O próximo passo do projeto é expandir o uso da tecnologia para outras áreas de fiscalização, como bebidas, azeites e fertilizantes, e disseminar seu uso em outros estados e órgãos de fiscalização. "Estamos construindo uma rede de equipamentos e estrutura mínima para que o trabalho seja rápido e preciso em todo o país", acrescenta Bressan.

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