Software de controle de pragas, doenças e ervas daninhas reduz em até 15% gastos com defensivos
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A equipe técnica da Agência Goiana de Defesa Agropecuária – Agrodefesa, órgão responsável pelo controle da sanidade animal e vegetal no estado de Goiás participou, nos dias 22 e 23 de março, na sede da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO), do curso de Manejo Integrado de Pragas (MIP) das principais culturas do cerrado.
A capacitação faz parte da parceria entre Embrapa e Agrodefesa que buscam reforçar o manejo integrado de pragas nas culturas de arroz, feijão, soja, milho e algodão. A programação envolveu palestras sobre princípios básicos do MIP, práticas de campo para o reconhecimento e técnicas de monitoramento de pragas e inimigos naturais e, ainda, práticas em sala para identificação de insetos.
Houve também exposições sobre a utilização de forma integrada de métodos e níveis de controle (ação) das pragas em lavoura, além de debates e outras ações importantes para o melhor entendimento e aprofundamento de conhecimentos sobre o manejo integrado de pragas.
"Na segunda fase da Caravana Embrapa, direcionada aos técnicos e multiplicadores da extensão rural em Goiás e realizada no final de 2015 aqui na sede da Embrapa Arroz e Feijão e também nos municípios goianos de Rio Verde e Cristalina, eram apenas 50 participantes por turma. Partindo desta demanda, houve a solicitação para que realizássemos uma capacitação, também, aos técnicos da Agrodefesa", informou a pesquisadora Flávia Rabelo Barbosa Ribeiro, coordenadora do curso e que vem atuando junto à equipe do MIP na Caravana Embrapa desde a sua primeira edição.
A capacitação é também coordenada pela analista de Transferência da Embrapa Arroz e Feijão, Marcia Gonzaga de Oliveira, e ainda, pelos técnicos da Agrodefesa, Maxwell Carvalho de Oliveira e Elíria Alves Teixeira.
De uma maneira geral, o Manejo Integrado de Pragas reúne um plano de medidas voltado para diminuir o uso de agrotóxicos na produção convencional, buscando promover o equilíbrio nas plantas e monitorar as pragas evitando, ao máximo, o uso desses produtos no sistema. Os agrotóxicos só devem ser utilizados quando se chega a uma proporção populacional maior, sendo necessário o controle desses organismos que causam problemas nas plantações, antes que eles cheguem ao nível do dano econômico, em que as perdas de produção geram prejuízos financeiros significativos.
As bases do MIP são fundamentadas pelo conhecimento sobre taxonomia, biologia e ecologia que subsidiam a identificação das pragas chaves e os inimigos naturais, seguindo para o monitoramento com base nas informações sobre seus níveis de controle e o manejo do agroecossistema, priorizando as condições para o equilíbrio das plantas e o combate natural das pragas.
Quando o monitoramento indica que a densidade populacional atingiu o nível de dano econômico, a tomada de decisão pelo controle segue uma lógica que prioriza os controles cultural, biológico, comportamental, genético, varietal e, como última opção, o controle químico.
No caso do controle químico, são utilizados produtos seletivos em favor dos inimigos naturais e os polinizadores, além da rotação de produtos por modos de ação e grupo químico, a fim de evitar a resistência.
A ocorrência de recentes ameaças fitossanitárias, como a mosca branca ou a Helicoverpa armigera, por exemplo, que atacam as culturas do milho, arroz, feijão, algodão, soja e outras culturas e hortaliças devem ser analisadas; tudo isto vem comprovar não apenas a eficácia do MIP como a necessidade de sua ampliação para o equilíbrio no âmbito de toda a paisagem.
Assim, a aplicação constante de inseticidas para controlar as pragas, além de não gerar os resultados esperados podem causar problemas à saúde do trabalhador rural, à sua família, aos consumidores dos produtos e ao meio ambiente.
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