Taxa de crescimento do consumo mundial de café projeta 208 milhões de sacas até 2030

Demanda mundial em 2018 foi calculada em 165 milhões de sacas

17.07.2019 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa

A demanda de café em nível mundial no ano-cafeeiro de 2018 foi calculada em 164,64 milhões de sacas, das quais 114,38 milhões foram consumidas pelos países importadores e 50,26 milhões pelos países exportadores. Tendo como base esse parâmetro global, se for estimado um aumento da demanda aplicando a taxa de crescimento de 1,5% ao ano, o consumo atingirá 196,84 milhões de sacas até 2030. Mas, se aplicada uma taxa de crescimento um pouco maior, de 2% ao ano, para esse mesmo período, a demanda poderá ser de 208,80 milhões de sacas. E, num terceiro cenário, com a demanda se expandindo em torno de 2,5% ao ano, o consumo mundial de café em 2030 poderá ser de até 221,42 milhões de sacas de 60kg ao ano.

Nesse contexto do consumo mundial de café, uma retrospectiva dos dados e números dos últimos 20 anos aponta que, no ano 2000, a demanda foi de 105,50 milhões de sacas, e que os Cafés do Brasil participaram com 31,1% desse consumo. Em 2004, quando a demanda global cresceu e atingiu a marca de 120 milhões de sacas, o café brasileiro participou com 35,7% do consumo dos cinco continentes.

Na sequência, em 2008, cujo consumo registrado no planeta foi de 132,96 milhões de sacas, a participação do Brasil no fornecimento do produto foi 37%. Em 2012, ano em que o consumo global atingiu 145,37 milhões de sacas, os Cafés do Brasil tiveram uma participação de 35,2% do mercado. E, por fim, em 2018, no período objeto de análise, conforme citado anteriormente, ano em que o consumo foi de 164,64 milhões de sacas, a participação brasileira no suprimento do consumo global subiu para 37,7%.

Esses dados e números que permitiram realizar estas análises e inferências, da performance da consumo de cafés em nível mundial, foram obtidos do Relatório mensal junho 2019, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil - Cecafé, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

De acordo ainda com o Cecafé, se for calculada uma média da participação dos Cafés do Brasil no consumo mundial, nos cinco intervalos destacados no Relatório (2000, 2004, 2008, 2012 e 2018), obtém-se um percentual de 35,3% nesses intervalos do período de 2000-2018, ora em destaque. Dessa forma, tendo em vista que o consumo mundial até 2030, se considerada a taxa de crescimento de 2% ao ano, para que o Brasil mantenha a sua participação média no mercado mundial a sua produção anual terá que ser de aproximadamente 74 milhões de sacas de 60kg.

Conforme consta do Relatório mensal junho 2019, do Cecafé, o Brasil exportou 41,1 milhões de sacas de café no ano-safra 2018-2019, período que compreende os meses de julho de 2018 a junho de 2019. Esse desempenho representa um recorde das exportações brasileiras, cujo volume físico equivalente a sacas de 60kg, teve incremento de 35% em comparação com o mesmo período anterior, no qual foram exportadas 30,5 milhões de sacas de café. Tais dados consideram a soma das exportações de café verde, solúvel e torrado & moído.

Assim, com base nessa performance do período analisado, constata-se que o café arábica representou 81,7% das exportações, com a venda de 33,6 milhões de sacas para o exterior; o solúvel, 9,5% (3,9 milhões de sacas) e o robusta, 8,8% (3,6 milhões de sacas). Na comparação com o ano anterior, os Cafés do Brasil exportaram 27,9% a mais de café arábica, 11,3% a mais de café solúvel e 429,1% a mais de café robusta. A receita cambial foi de US$ 5,3 bilhões (equivalente a R$ 20,8 bilhões), representando também um aumento de 9,8%, em relação ao mesmo período anterior. E o preço médio do produto exportado foi de US$ 131,14, valor que representa uma queda de 18,7% em relação à safra anterior.

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