Sustentabilidade no processo produtivo garante perpetuação da atividade

De acordo com debatedor da 31ª Abertura da Colheita do Arroz, primeiro prejudicado por descuido na manutenção de recursos não renováveis é o próprio produtor

22.01.2021 | 20:59 (UTC -3)
Rejane Costa

A sustentabilidade ambiental da produção agrícola, em especial a orizícola, será tema de debate em um dos painéis da programação da 31ª Abertura da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, que ocorrerá de 9 a 11 de fevereiro. Com o nome “Arroz Gaúcho: Alimentando Nações e Conservando o Planeta”, o painel terá como moderador o superintendente do Senar/RS, Eduardo Condorelli, e será realizado na tarde do primeiro dia do evento.

Segundo Condorelli, ao debater este tema também é discutida a garantia da perpetuação da atividade, uma vez que se houver descuido na manutenção e conservação dos recursos naturais, principalmente dos não renováveis, no processo produtivo, o primeiro a ser prejudicado é o próprio produtor. “O fato da Federarroz ter proposto junto com os demais organizadores do evento uma discussão dessa natureza, para nós significa absoluta seriedade com a qual a entidade trata a questão do produtor, principalmente imaginando a necessidade da manutenção da atividade”, observa.

Condorelli ressalta que os prejuízos aos recursos naturais também impactam a garantia de fornecimento de alimentos para diversos países, para bilhões de pessoas que dependem dessa produção. Coloca que o Brasil na questão do comércio internacional é um grande player da agricultura mundial, tendo esta responsabilidade muito reforçada no Rio Grande do Sul em relação à produção de arroz. “Portanto, se o Brasil é responsável por muito da produção agropecuária do planeta Terra, essa responsabilidade recai no nosso Estado que junto com Santa Catarina tem praticamente a totalidade da produção orizícola do país”, explica, salientando, ainda, que os produtores rurais brasileiros, em particular os gaúchos, estão submetidos a severas leis e demais regras ambientais.

Para o superintendente do Senar/RS, essa discussão é fundamental para garantir que seja cada vez mais intensificada a produção sustentável nas áreas onde já ocorrem atividades produtivas, tanto no aspecto ambiental quanto no mercadológico e econômico. Cada saca de arroz a mais que se produz num hectare, numa quadra de campo, é um pedaço de terra a menos que se tem necessidade de realizar a intervenção humana”, destaca, lembrando que não há conservação ambiental sem produção agrícola sustentável a longo prazo.

O painel terá como palestrantes o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Artur Lemos Júnior, o diretor técnico do Irga,  Ricardo Machado Kroeff, a pesquisadora da Embrapa Solos e presidente do Portfólio de Projetos da Embrapa intitulado Serviços Ambientais, Rachel Bardy Prado, e o diretor de Sustentabilidade Latam da Divisão Agrícola da Bayer, Eduardo Bastos.

Com o tema “Os Novos Rumos do Sistema de Produção”, a 31ª Abertura da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), correalização da Embrapa e o patrocínio premium do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O evento será realizado de forma híbrida, na Estação Experimental Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS) e com programação on-line. Informações e inscrições aqui.

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