Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e outras instituições impulsionam difusão de técnicas de agricultura de baixa emissão de carbono

16.06.2015 | 20:59 (UTC -3)

A necessidade de alinhar ações e acelerar a difusão de técnicas de agricultura de baixa emissão de carbono reuniu diversas instituições que atuam na área no seminário “Transferência de tecnologias em rede de ILPF para o Estado de Goiás”, realizado na sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás (GO), nesta terça-feira (16/6). Participaram do encontro representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), da Embrapa, da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater-GO), da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro) e do Ministério da Agricultura.

O assessor técnico do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social (DEPPS) do SENAR, Rafael Nascimento da Costa, explica que o evento pretende reunir as atividades e pesquisas que já estão sendo desenvolvidas para fomentar a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), com as metas previstas dentro do Projeto ABC Cerrado. Ele fez uma apresentação sobre a execução do projeto e as ações em parceria com outras instituições.

“A ILPF junta várias técnicas de ABC dentro de uma única: recuperação de pastagens, plantio direto, florestas plantadas, etc. Estamos unindo esforços para melhorar a difusão dessas técnicas. Vamos promover 600 capacitações nas tecnologias previstas e, somente em Goiás, a nossa meta é formar 15 Unidades de Referência Tecnológica (URT’s)”, ressalta.

O pesquisador da Embrapa Flávio Wruck acredita que as entidades devem “trabalhar de mãos dadas” para alavancar a ILPF em Goiás. Segundo ele, a ideia é juntar iniciativas que são afins - como o Projeto Rede de Transferência de Tecnologias em ILPF, da Embrapa, e o Projeto ABC Cerrado, do SENAR – para ampliar a atuação e otimizar recursos. Wruck aponta que as duas instituições poderão, por exemplo, realizar capacitações de técnicos, implantação e condução de URT’s e dias de campo em conjunto.

“O SENAR tem uma rede de trabalho muito bem organizada dentro de Goiás, com nove regiões mapeadas, e contato com sindicatos rurais. Isso será um grande trunfo para difundirmos a ideia de ILPF pelo Estado todo. A Embrapa entrará com o conhecimento. Será uma simbiose. Quando duas entidades desse porte encabeçam as ações, fica mais fácil de atrair outras instituições”, avalia.

Para o representante do Mapa, Felipe de Carvalho Corrêa, além de apresentar o que cada instituição está fazendo, o seminário ajuda a evitar uma sobreposição desnecessária de ações. Ele lembra que o Plano ABC é uma iniciativa do Governo Federal e que a responsabilidade do Ministério é disseminar o programa, mas a execução das atividades cabe às entidades estaduais.

“O SENAR está contribuindo através do Projeto ABC Cerrado. Pela expertise que a instituição tem, acredito que o projeto tem todas as condições de ter sucesso e isso será fundamental para que possamos alcançar a meta total do Plano”, destaca.

Ação conjunta do SENAR, do Ministério da Agricultura e da Embrapa, o Projeto ABC Cerrado pretende incentivar e difundir a adoção de práticas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa e sensibilizar o produtor para que ele invista na sua propriedade de forma a ter retorno econômico mantendo o meio ambiente preservado. O SENAR será responsável pela formação profissional dos produtores nas tecnologias e pela assistência técnica e gerencial de propriedades rurais, com recursos do Programa de Investimentos em Florestas (FIP, sigla em inglês) – via Banco Mundial, que doou US$ 10,6 milhões para a execução do projeto.

O ABC Cerrado vai atender oito Estados do Bioma Cerrado (Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais e o Distrito Federal), num período de três anos, com a promoção de quatro processos tecnológicos: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema de plantio direto e florestas plantadas.

O projeto prevê a realização de seminários de sensibilização e divulgação nos Estados participantes, capacitação de produtores e gerentes de propriedades e instrutores do SENAR e, ainda, treinamento dos técnicos que atuarão na assessoria em campo para os produtores. Ao todo, 12 mil produtores rurais vão receber capacitação e, desse total, 1.600 propriedades - nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul - receberão, também, assistência técnica. Esses estabelecimentos terão o compromisso de executar uma das tecnologias aprendidas que serão transformadas em cases de estudo e vitrines tecnológicas.

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