SENAI e Embrapa lançam edital de inovação para agricultura

Podem se inscrever empresas para desenvolver projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no setor agrícola, fortalecendo o intercâmbio com a indústria

15.04.2021 | 20:59 (UTC -3)
CNI

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançam, nesta quinta-feira (15/04), a categoria de cooperação bilateral denominada Aliança Agroindustrial - plataforma que vai abrigar projetos de pesquisa e inovação voltados para o agronegócio em sinergia com a indústria. O investimento inicial será de R$ 3,2 milhões destinados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação que contribuam para o setor. SENAI e Embrapa vão disponibilizar, cada uma, recursos de até R$ 1,6 milhão para distribuição, conforme regras pré-estabelecidas em acordo.

A Aliança Agroindustrial é uma das oito categorias existentes na Plataforma Inovação para a Indústria. O processo de adesão à nova categoria, com início previsto para o dia 20 de abril, é uma experiência piloto com função mobilizadora das redes envolvidas. A agregação de valor a commodities alimentares brasileiras pré-exportação, o aumento de produtividade e eficiência da agroindústria são alguns dos resultados esperados a partir da aproximação entre as instituições. Desde 2019, sob coordenação da Diretoria de Inovação e Tecnologia (DE-IT) e a Secretaria de Inovação e Negócios da Embrapa, equipes dos 42 centros de pesquisa da Empresa e dos 27 Institutos SENAI de Inovação (ISIs) mantêm diálogo para mapear as áreas de interesse convergente para atuação conjunta.

Para o SENAI, a união do conhecimento em pesquisas com a Embrapa agrega valor e diminui riscos cria a perspectiva de redução de riscos técnicos em projetos, o que deve atrair a atenção do setor produtivo. Além disso, a Aliança Agroindustrial pode resultar na construção de uma vitrine “Agro made in Brazil” a partir da introdução de novidades no processamento de commodities alimentares, ou seja, a agregação de valor aos produtos brasileiros antes da exportação, aponta.

“Esse é o início de uma parceria entre duas instituições para o fortalecimento da agenda do agronegócio no país. Chegou a vez da indústria e agricultura caminharem juntas com desenvolvimento tecnológico e inovação para crescimento do setor”, aponta o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi. “Mais do que exportador de commodities, o Brasil deve passar a ser conhecido como país de origem e procedência de produtos agroalimentares com valor agregado, por isso o investimento numa rede de pesquisa e inovação para, em parceria com a indústria, viabilizar o investimento na criação de selos e certificações, associado a iniciativas de geomapeamento da biodiversidade brasileira”, completou. 

A contrapartida total das empresas deverá ser igual ou superior a 50% do recurso aportado pela Plataforma, que é de até R$ 800 mil por projeto. A duração máxima dos projetos será de 24 meses sem possibilidade de prorrogação. No contexto da cooperação, o diferencial é que a Embrapa, o ISI e a indústria elaboram a proposta, mas quem submete o projeto é a indústria.

Apesar de ainda modestos, os recursos inicialmente aportados criam expectativas positivas com relação ao futuro da plataforma. “A forma como a Aliança Agroindustrial se organiza faz com que os recursos se multipliquem. Não temos dúvida sobre o potencial inovador dessa parceria que une a pesquisa aplicada pública e a indústria, com resultados de captura de valor para reinvestimento em ciência e ampliação dos impactos já positivos do agronegócio na economia brasileira”, avalia o presidente da Embrapa, Celso Moretti.

Segundo a diretora de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, o tripé Embrapa-Senai-Indústria formado para efeito da parceria visando ao desenvolvimento de projetos de PD&I começou a ser estruturado a partir do 1º Workshop Virtual de Matchmaking Senai Embrapa, realizado em agosto passado, com vistas ao desenvolvimento de acordos de implementação específicos. Segundo aponta, entre as áreas de convergência identificadas pelas equipes das instituições a serem alavancadas por meio da parceria, o presidente cita sistemas de água e irrigação, gerenciamento de resíduos, agricultura sustentável e melhoramento de solo. Materiais e revestimentos inteligentes, robótica, agricultura orgânica, logística e transporte também têm espaço na lista das áreas a serem tratadas pela pesquisa, desenvolvimento e inovação em interação com a indústria a partir da nova Plataforma.

Como participar

A Plataforma está aberta à participação de empresas do setor industrial de todos os tamanhos, inclusive startups de base tecnológica. Para participar, é necessário enviar a ideia pela Plataforma de Inscrição, seguindo normas e cronogramas específicos de cada categoria.

Na Aliança Agroindustrial, o processo de submissão, aprovação e contratação é composto pelas etapas de Declaração de Interesse, quando a empresa proponente articula com pelo menos um ISI e uma UD para iniciar a composição de aliança e projeto; pela fase de Submissão e avaliação da Proposta de Aliança e Projeto, momento em que as partes elaboram a proposta conjunta de Aliança Agroindustrial, seguindo os requisitos indicados, para chegar à etapa de Contratação, atendendo ao que determina o regulamento geral da Plataforma Inovação para a Indústria.

Acesse aqui para saber mais sobre o regulamento.

Mais recursos para categorias de inovação

Além da categoria Aliança Agroindustrial, a Plataforma de Inovação conta com mais R$ 14,6 milhões para investir em outras categorias de seleção, que vão ajudar o Brasil a ser mais inovador.

A Plataforma Inovação para a Indústria é uma iniciativa do Sistema Indústria para financiar o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, além de promover a otimização da segurança e saúde na indústria. Criada em 2004 como Edital SENAI SESI de Inovação, a iniciativa já selecionou mais de mil projetos inovadores, nos quais foram investidos mais de R$ 7817 milhões. As propostas escolhidas recebem recursos e apoio para desenvolvimento de uma prova e conceito, passando por processos de validação, de protótipo e de teste na rede de inovação e tecnologia do SENAI.

Conheça as categorias da Plataforma de Inovação para indústria

I. Aliança Industrial

A categoria busca estimular a apresentação de projetos com alto impacto inovativo por grupos de dois ou mais integrantes, que dividem o compromisso em torno de um projeto de P&DI, unindo capacidades e recursos. A Aliança deve ser composta por, no mínimo, duas empresas, um Instituto SENAI de Inovação ou um Instituto SENAI de Tecnologia, que será coordenador do projeto. A duração máxima dos projetos será de até 24 meses.

Prazo de inscrição: contínuo, a partir de 20 de abril

II. Empreendedorismo Industrial

Com parceria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por meio da categoria, instituições-âncora apresentam chamadas para seleção de empreendedores. Cada projeto recebe investimento mínimo de 250 mil da Plataforma, podendo a grande empresa, a seu critério, empregar quantias superiores. Objetivo é estimular a conexão entre grandes indústrias e startups, micro e pequenas empresas por meio de desafios específicos lançados por empresas consolidadas no mercado.

Prazo de inscrição: contínuo, a partir de 20 de abril

III. Chamada Internacional – VINNOVA (Suécia)

Parceria com empresas suecas para o desenvolvimento de projetos P&DI nas áreas de bioeconomia, saúde, mineração e smart cities. A proposta deverá ser composta por, no mínimo, uma empresa industrial brasileira e um Instituto SENAI de Inovação operacional. Para esta categoria, o SENAI irá disponibilizar até R$ 2 milhões para distribuição nos projetos.

Prazo de inscrição: contínuo, a partir de 20 de abril

IV. Chamada Internacional – TACR (República Theca)

A parceria com a TACR, na República Theca, visa necessidades de pesquisa e inovação das empresas industriais dos respectivos países para projetos P&DI no âmbito das temáticas: energia a partir de hidrogênio; mobilidade e logística; reciclagem e gestão de resíduos; inteligência artificial.

Prazo de inscrição: contínuo, a partir de 13 de maio

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