Seminário discute abacaxicultura em Itaberaba/BA

07.12.2008 | 21:59 (UTC -3)

Nesta quarta-feira (10/12), das 7h30 às 17h, acontece o 5º Seminário da Abacaxicultura de Itaberaba, com o tema "Sustentabilidade da cultura no semi-árido baiano". O evento será realizado no Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).

Itaberaba é o maior pólo produtor de abacaxi do estado, com cerca de 1.500 produtores, com área cultivada em torno de 3.500 hectares, gerando em torno de quatro mil empregos diretos e indiretos e uma receita de cerca de R$30 milhões ao ano.

O maior problema da cultura hoje é a fusariose, doença causada pelo fungo

, que pode gerar perdas superiores a 80% da produção. A muda contaminada é o principal veículo de disseminação da doença e, por isso, o ideal é que o produtor adquira mudas sadias. "A integração de ações de fiscalização e controle é essencial para o combate à fusariose", afirma o fitopatologista Aristoteles Matos, pesquisador da Embrapa.

O controle requer práticas culturais apropriadas e aplicação de defensivos químicos. A utilização de cultivares resistentes à fusariose, como o Imperial, desenvolvido pela Embrapa, pode contribuir para o aumento da produtividade ao reduzir o custo de produção, pois são eliminadas de quatro a seis pulverizações com fungicidas para o controle preventivo da doença.

Outra séria ameaça para a abacaxicultura na região é a rápida exploração das áreas virgens restantes que devem se esgotar dentro de poucos anos. "Precisamos desenvolver tecnologia que permitam aumentar a vida útil das áreas novas e reincorporar as áreas velhas e degragadas", afirma Otávio Álvares de Almeida, pesquisador da Embrapa.

Na oportunidade, serão apresentados os resultados do Arranjo Produtivo Local e do Projeto Fruticultura/Abacaxi de Itaberaba no período 2006/2008, que vai ser ampliado até 2011, com o objetivo de implementar ações de pesquisa e desenvolvimento, defesa vegetal e preservação ambiental, melhorar a estrutura logística para escoamento da produção, promover e ampliar o acesso ao crédito a mercados, adotar tecnologias preconizadas para a cultura e fortalecer a organização e a gestão dos empreendimentos individuais e coletivos.

O projeto é liderado pelo Grupo Gestor de Fruticultura/Abacaxi de Itaberaba, formado por Embrapa, Adab, EBDA, Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae), Cooperativa de Produtores de Abacaxi de Itaberaba (Coopaita), Banco do Nordeste e Conselho Nacional de Desenvolvmento Científico e Tecnológico (CNPq), atendendo às normas do Sistema de Informação da Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Sigeor), do Sebrae.

Qualidade dos frutos, crédito para a cultura do abacaxi, manejo de restos culturais, irrigação e fertilizantes, aproveitamento da fibra do abacaxi, controle da fusariose e estratégias de ação para seu controle são alguns assuntos abordados nas palestras e plenárias. "Além disso, o evento será uma oportunidade de avaliar novas alternativas de exploração da cultura, com agregação de valor a este agronegócio", explica Otávio Álvares de Almeida.

Léa Cunha

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical

(75) 3312-8076 / www.cnpmf.embrapa.br

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