Congresso Brasileiro de Fitossanidade acontece de 21 a 23 de agosto de 2024
A sétima edição do evento terá sede na Universidade Federal de Viçosa com programação de plenárias, mesas redondas e palestras
A estimativa de produção de milho na safra 2023/2024 foi reduzida na edição do Boletim Agropecuário de janeiro. A revisão foi realizada em virtude da redução na área de cultivo. Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Haroldo Elias, os dados referentes ao mês de dezembro apontam uma redução de aproximadamente 6,7% na produção estadual total, na comparação com a safra 2022/2023.
Esse impacto pode ser ainda maior a depender do levantamento que será realizado até o final de janeiro e que terá foco na avaliação da produtividade. “Nas lavouras já colhidas, especialmente no Extremo Oeste, a produtividade ficou bem abaixo das expectativas iniciais, principalmente em virtude dos problemas causados pelo excesso de chuva”, explica.
Em termos de mercado, as perspectivas para o milho em 2024 são positivas. Espera-se que os preços sigam uma trajetória de elevação em virtude de uma redução da oferta do grão. No Brasil, essa redução na comparação com a safra passada foi ocasionada por problemas climáticos, como o excesso de chuvas no Sul do País e a estiagem no Centro Oeste, que causou atraso no plantio da soja e, por consequência, do milho segunda safra. Essa demora no plantio tende a reduzir a produtividade. Por outro lado, a demanda de milho no Brasil para a produção de carnes e de biocombustíveis tem elevado o consumo do cereal.
Os preços do arroz em casca pagos aos produtores catarinenses continuam com a tendência de aumento iniciada em julho. Entre os fatores que têm influenciado o mercado destacam-se a menor produção brasileira em virtude da quebra da safra gaúcha (2022/23), aumento das exportações em 2023 e expectativa de redução da produtividade na safra 2023/2024 em razão do El Niño. Outro fator importante é que a menor produção brasileira e o baixo estoque nacional vieram combinados com estoques baixos dos demais países do Mercosul, que também enfrentaram problemas climáticos, reforçando a tendência de alta dos preços pela menor oferta interna.
Em Santa Catarina, a safra de 2023/24 aponta expectativa de área estável e redução na quantidade produzida. O excesso de chuva afetou áreas produtoras de arroz, especialmente no Alto Vale do Itajaí e algumas áreas que já foram replantadas voltaram a ter problemas, o que reduziu a área e a expectativa de produtividade da região. Nas demais regiões do Estado, o excesso de chuva prejudicou a condução dos tratos culturais, especialmente a aplicação de herbicidas, e a falta de luminosidade, em decorrência dos dias nublados, tem prejudicado o desenvolvimento das plantas.
No mês de dezembro, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca voltou a subir, passando de R$181,18 para R$228,36 a saca de 60 kg, um aumento de 26,04% em relação ao preço do mês de novembro. Para o feijão-preto, o preço médio pago aos produtores também subiu, fechando a média mensal em R$ 292,07 a saca de 60 kg, alta de 24,60%.
Na comparação com dezembro do ano passado, o preço médio da saca de feijão-carioca está 24,23% mais baixo em termos nominais. Para o feijão-preto, houve um incremento de 30,33% na variação anual. O mercado do feijão-preto vive um bom momento, impulsionado pelos sinais do mercado de que pode haver falta do produto disponível para venda em função dos problemas provocados pelo excesso de chuva nos estados da região Sul do País. A insuficiência de estoques pode gerar uma possível pressão de alta até a entrada do feijão da segunda safra.
A produção total prevista para a atual safra catarinense de soja é de 2,88 milhões de toneladas. Em relação à safra anterior, a perspectiva é de um aumento aproximado de 1,45%, principalmente em função do aumento da área cultivada. O comportamento do mercado da soja, no início de 2024, tem sido pautado pela recuperação da produção na América do Sul, em especial na Argentina, e pela expectativa de redução no processo de esmagamento de soja na China, com retorno dos estoques a níveis normais e redução da demanda por novas compras. Esses fatores apontam para uma tendência de manutenção dos preços atuais, sem perspectiva de aumento no curto prazo.
Os preços do trigo apresentaram aumento em dezembro para os produtores catarinenses, com uma variação positiva de 2,12% em relação ao mês anterior. No entanto, em comparação com dezembro de 2022, os preços ainda estão 30,12% abaixo. No Rio Grande do Sul houve uma alta de 12,02% em relação ao mês anterior, mas uma queda de 22,69% na comparação com dezembro de 2022.
Apesar do mercado baixista ao longo de 2023, a demanda internacional, a redução da produção argentina e os custos menores resultaram em otimismo por parte dos produtores. A safra nacional teve um aumento na área plantada, mas a produtividade reduzida resultou em uma queda de 22,8% na produção em comparação com a safra anterior. O ano de 2024 inicia com perspectiva de alta nos preços devido à forte movimentação exportadora argentina e à baixa disponibilidade interna do produto.
A safra catarinense de alho 2023/24 já foi totalmente colhida e está em processo de comercialização. As fortes chuvas ocorridas no Estado afetaram severamente a produção. Cerca de 40% das lavouras apresentaram condição ruim, 30% média e apenas 30% foram consideradas boas. Por consequência, a produção total do Estado deve ser de aproximadamente 7,65 mil toneladas, uma das menores da história. Em dezembro, a quantidade de alho importada foi de 16,12 mil toneladas, com desembolso de US$16,72 milhões e preço médio de US$1,04/kg.
A produção esperada para a safra 2023/24 de cebola se manteve estável no mês de dezembro no Estado. A estimativa atual é de pouco mais de 400 toneladas, redução de 27,43% em relação à estimativa no início de safra. Em 2023, foram importadas 134 mil toneladas, com desembolso de US$ 30,97 milhões e preço médio de US$ 0,23/kg – redução de 17,39 % em relação ao preço médio do ano passado, que foi de US$ 0,27/kg.
No mês de dezembro, a Argentina forneceu 5,63 mil toneladas, equivalente a 59,74% da importação do mês, os Países Baixos venderam 1,96 mil toneladas, 20,79%, a Espanha foi responsável por 1,48 mil toneladas, 15,75%, e o Peru forneceu 351 toneladas, 3,72% do total importado pelo país. No mês de dezembro, os produtores catarinenses de cebola receberam preço médio de R$2,64/kg, portanto acima do custo médio de produção estimado em R$1,67/kg.
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