Safra de laranja 2020/21 de SP e MG é reestimada em 286,72 milhões de caixas

Número é 0,36% menor do que o estimado em maio de 2020 e 25,87% menor em relação à safra anterior

10.09.2020 | 20:59 (UTC -3)
Fundecitrus

A primeira reestimativa da safra de laranja 2020/21 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, divulgada pelo Fundecitrus nesta quinta-feira, 10 de setembro, indica produção de 286,72 milhões de caixas de 40,8 kg. O número é 0,36% menor do que o estimado em maio de 2020 e 25,87% menor em relação à safra anterior, o que representa uma das quebras mais severas de produção dos últimos dez anos. Da safra total, cerca de 20,54 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro. 

Regime de chuvas e crescimento dos frutos 

O peso médio das laranjas precoces foi superior ao projetado inicialmente devido às chuvas que ocorreram entre maio e junho, pouco antes da colheita. De acordo com dados da Somar Meteorologia, a precipitação acumulada variou entre as regiões, com valores absolutos menores quanto mais em direção ao norte do parque citrícola. 

O índice acumulado foi de 150 a 200 milímetros nas regiões de Itapetininga, Avaré e Duartina; de 55 a 80 milímetros em Porto Ferreira, Limeira, Brotas, São José do Rio Preto e Matão; de 30 a 50 milímetros em Votuporanga, Bebedouro, Altinópolis e pouco mais de 20 milímetros no Triângulo Mineiro. Nesta porção do cinturão citrícola em Minas Gerais, o uso da irrigação ajudou a superar a menor pluviosidade em cerca de 80% da área que é irrigada. 

Em julho, o tempo seco se instalou em todo o cinturão citrícola e o índice pluviométrico acumulado ao longo do mês ficou abaixo de 10 milímetros em média nas regiões. Em agosto, os dias permaneceram quentes e secos, com exceção de três regiões que tiveram chuvas significativas: Itapetininga (140 milímetros), Duartina (108 milímetros) e Avaré (93 milímetros).  

O coordenador da PES, Vinícius Trombin, explica que além das chuvas mais escassas em julho e agosto, a previsão, até o momento da publicação da reestimativa, aponta para a inexistência de chuvas com volumes significativos nos próximos 15 dias. “O déficit hídrico na maior parte do cinturão citrícola deve inibir o crescimento das laranjas, que deverão ser colhidas com pesos menores em relação aos projetados. Pelo menos 70% da safra ainda não foi colhida”. 

Frutos por caixa e taxa de queda 

Considerando todas as variedades, o tamanho médio projetado em maio de 257 frutos por caixa, que equivale a laranjas com peso médio de 159 gramas, permanece o mesmo nesta reestimativa, pois o ganho de peso dos frutos das precoces deverá ser compensado pela redução de peso das demais variedades. “Se esse peso médio for confirmado à medida que a colheita for avançando, as laranjas serão cerca de 6% menores do que as das últimas cinco safras, uma média de 169 gramas”, afirma Trombin. 

Os dados do levantamento de campo mostram que, em agosto, a colheita alcançou 25% da produção, ritmo abaixo dos 35% registrados na mesma época no ano passado. A colheita das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi atingiu 97%; das outras precoces, Valência Americana, Seleta e Pineapple, 66%; Pera Rio, 13%; Valência e Valência Folha Murcha, 3%; e Natal, 2%. 

A projeção da taxa de queda de frutos subiu de 17% para 17,30%, em média, considerando todas as variedades. Esse pequeno ajuste se deve ao aumento observado na queda de frutos das variedades Hamlin, Westin e Rubi.   

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