Inmet alerta para grandes volumes de chuva de 24 a 28 de janeiro de 2024
Destaca-se o volume de chuva previsto em pontos do litoral e leste de São Paulo, onde os acumulados de chuva podem passar de 125 milímetros
As condições de intenso calor, aliadas às poucas e mal distribuídas chuvas no Paraná, particularmente após a metade de dezembro, levaram à redução na estimativa de safra 2023/24. A Previsão Subjetiva de Safra (PSS), divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) hoje (25/1) é de 22,1 milhões de toneladas, 15% a menos que os 25,5 milhões estimados na primeira projeção de plantio, feita em agosto de 2023.
A principal cultura desse período é a soja. Para ela há uma revisão para baixo tanto em área quanto em produção. A intenção dos produtores paranaenses era semear 5,8 milhões de hectares. No entanto, fechou com pouco mais de 5,7 milhões (0,5% a menos). Em produção, passou de 21,8 milhões de toneladas potenciais para 19,2 milhões de toneladas. Queda expressiva de 11,9%.
“Era uma situação que infelizmente já estávamos prevendo”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento. “O Departamento de Agricultura norte-americano e a Conab também já vinham falando das perdas e acreditamos que as próximas avaliações devem reduzir mais as perspectivas da safra brasileira e mundial”.
A redução de produção de soja deverá se refletir na economia do Estado e do País. Levando-se em conta as perdas estimadas até o momento, o valor que deixaria de ser transacionado está em torno de R$ 5 bilhões. Mas, apesar das perdas paranaenses e brasileiras, a expectativa de produção mundial ainda é boa.
No último relatório do Departamento de Agricultura do Estados Unidos, apontou-se produção de 399 milhões de toneladas. “Se ficar em torno disso, o preço deve continuar pressionado”, disse o analista de soja do Deral, Edmar Gervásio.
Segundo ele, em relação à produção paranaense, “o cenário futuro também não é favorável”. A colheita de soja atingiu 12% da área total até agora. Do que resta a campo, 61% está em condição boa, 31%, mediana e 8%, ruim. “O viés é negativo e à medida que a colheita avança é possível que novas perdas sejam observadas”, afirmou.
O milho de primeira safra paranaense também sente as más condições climáticas. De uma previsão inicial de 2,9 milhões de toneladas, fruto de plantio em 309 mil hectares, agora reduziu-se para 2,6 milhões de toneladas (10,3% a menos). A área plantada foi redimensionada para 291,5 mil hectares (5,6% menor).
“Essa é uma safra pequena no Paraná em comparação com a segunda safra, para a qual estão previstos 14,5 milhões de toneladas, e até agora há boa expectativa produtiva”, acentuou Gervásio. As chuvas observadas nos últimos dias têm ajudado para que o plantio seja realizado em condições ideais. A semeadura deve se fortalecer a partir de fevereiro.
O feijão de primeira safra, que fecha a tríade de grãos mais importantes da safra de verão paranaense, está com prognóstico rebaixado em 28% em relação ao potencial. Em agosto de 2023 tinha-se como previsão colher 216 mil toneladas, e agora passou para 156,4 mil toneladas, ainda que a área permaneça em torno de 113 mil hectares, como previsto. “Mas é uma safra com tendência de apresentar bons preços”, ponderou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Deral.
Para o arroz irrigado, que é produzido particularmente no Noroeste do Estado, o potencial de início apontava 152 mil toneladas em 19 mil hectares. Com as chuvas de outubro e novembro de 2023, que deixaram grande parte das lavouras inundadas por alguns dias, houve retração. Atualmente a projeção é de 115 mil toneladas em 18 mil hectares. “Mas em termos de Brasil espera-se uma safra boa”, reforçou Godinho.
Entre as principais olerícolas cultivadas no verão paranaense, a batata tem destaque. A primeira safra já foi toda semeada em 14,5 mil hectares. Pelo menos 86% da área foi colhida. No entanto, somente dois terços são considerados de boa qualidade para o comércio, resultado das condições climáticas.
“O mercado do clima na horticultura é uma variável permanente”, ponderou o engenheiro agrônomo do Deral Paulo Andrade, analista do setor. Segundo ele, os produtores sofreram tanto no plantio quanto no arranquio.
O tomate de primeira safra está quase todo plantado e já com 70% da área de 2,4 mil hectares colhida. “A produtividade ficou um pouco abaixo do previsto, também em decorrência do clima”, reforçou Andrade. A estimativa é de colheita de 131 mil toneladas. Segundo ele, a segunda safra começa a ser plantada, mas ganhará força em abril.
A cebola teve o ciclo encerrado no Paraná. Foram colhidas 94,4 mil toneladas em 2,7 mil hectares. “Houve boa produtividade, mas também em razão das condições climáticas perdeu em qualidade”, salientou o analista. Do que foi colhido, cerca de 80% já estão comercializados. A segunda safra de cebola é plantada somente no segundo semestre no Paraná.
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