Resultado da safra de soja e eficiência no uso de fertilizantes são destaques em Dia de Campo On-line

Embrapa Soja promove o Dia de Campo On-line no dia 25 de março, a partir das 8h30, pelo canal da Embrapa Soja no Youtube, lançando cultivares de soja com a tecnologia XTEND

23.03.2022 | 14:03 (UTC -3)
Embrapa

A Embrapa Soja promove o Dia de Campo On-line, neste dia 25 de março, a partir das 8h30, pelo canal da Embrapa Soja no Youtube, lançando cultivares de soja com a tecnologia XTEND, apresentando o desempenho das cultivares Intacta, RR e convencional, na safra 2021/22, e abordando o uso racional de fertilizantes na cultura da soja. Faça sua inscrição aqui para receber o link da transmissão.

Na estação técnica sobre a eficiência no uso de fertilizantes, o pesquisador César de Castro, da Embrapa Soja, irá demonstrar como os produtores podem usar os nutrientes que faltam no solo, de forma racional, colocando apenas o que a planta necessita. O debate sobre o tema vem ganhando relevância, diante da crise provocada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, associada à dependência brasileira pela importação de fertilizantes.

Atualmente 97% do potássio usado no Brasil, por exemplo, é importado. “Essa dependência externa impacta, a princípio, diretamente na produção de soja, uma vez que para cada tonelada de soja produzida são exportados ao redor de 18 kg de potássio”, explica Castro.

Segundo ele, de modo geral, os produtores colocam uma quantidade maior de nutrientes no solo, do que é exigido para atender às necessidades das culturas. Em outros casos, há carência no solo, e estratégias de adubação precisam ser empregadas. No entanto, no momento de falta do produto, a estratégia deve ser a de aumento da eficiência.

“Para seguir nessa linha, o produtor precisa conhecer o solo, o histórico de aplicações de fertilizantes, ou seja, ter análises de solo que digam que os teores de nutrientes estão nos níveis críticos ou acima deles”, conta. “Os produtores que tiverem acima do nível crítico podem colocar somente aquilo que a planta retira, por exemplo”, avalia.

Castro lembra que no Brasil, tradicionalmente, os solos são pobres em fósforo e, por isso, o nutriente é aplicado em quantidades excedentes, em função dessa característica. “Quem tem mapeadas as características do próprio solo, pode, neste momento, reduzir um pouco a dose de fósforo e potássio ou até deixar de fazer a adubação, que é o investimento mais pesado no custo variável de produção”, defende.

Além disso, Castro explica ainda ser preciso avaliar o sistema de produção em que a soja está inserida, considerando o que as outras culturas também exportam de nutrientes. “Quando se faz a rotação ou sucessão de culturas, não se planeja a adubação pensando apenas na soja, mas sim considerando as culturas que compõem o sistema de produção”, diz. “Enquanto a soja consome grande quantidade de fertilizantes, o trigo e o milho consomem pouco potássio”, explica.

“A adubação do sistema visa a um balanço equilibrado entre as culturas que compõem o sistema de produção”, conta. Durante o evento, Castro irá apresentar resultados de pesquisa, observações a campo e, principalmente, como se usa a análise de solo para reduzir ou até eliminar a adubação, em um momento de crise.

Desempenho das cultivares BRS na safra 21/22

Com relação à safra 2021/22, Ralf Dengler, gerente executivo da Fundação Meridional, lembra que foi um ano atípico na parte sul do Brasil - notadamente no Rio Grande do Sul, no oeste do Paraná e no sul do Mato Grosso do Sul - onde houve um longo período de estiagem, associado a altas temperaturas, exatamente na fase de formação de vagens e de enchimento de grãos. Dengler explica que nestas regiões, as médias de produção foram muito baixas, ficando na faixa de 15 a 25 sacas por hectare, associadas ainda à baixa qualidade destes grãos, o que causou prejuízos econômicos.

“Assim, quando falamos do desempenho das cultivares de soja BRS, o que nos foi relatado, por uma grande parte de agricultores e técnicos, é o destaque para tolerância ao déficit hídrico”, ressalta Dengler. “Nas regiões não afetadas por seca, o destaque vai para o potencial produtivo, que confirmou o conceito TOP 5000 de rendimento em muitas áreas, inclusive de grande extensão”, afirma.

Segundo Dengler, em Montividiu (GO), a cultivar BRS 1003IPRO atingiu a média de 88 scs/ha em área de 700 ha, usados para produção de sementes. “Um diferencial dessa cultivar é a Tecnologia Block de tolerância aos percevejos, que garantiu a realização de apenas uma aplicação de inseticida no final do ciclo. Para se ter uma ideia, em áreas vizinhas, foram feitas de 5 a 7 aplicações”, relata. Outros destaques foram a BRS 1061IPRO, que chegou a produzir 83 scs/ha em 47ha, e a BRS 1003IPRO alcançando 75,5 scs/ha em 53 ha, ambas em Quirinópolis (GO).

Por outro lado, em Cambé (PR), houve relato de produção de 77 scs/ha, em 24 ha, com a mesma cultivar. Já em Araraquara (SP), a BRS 1061IPRO atingiu a excelente marca de 82,4 scs/ha, em área de 49,7 ha, com sistema Meiosi - Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente - na cana-de-açúcar. “Para a cultivar BRS 1054IPRO ainda não temos números, pois a colheita iniciou agora na região centro-sul, mas pelo que pudemos verificar a campo, as lavouras prometem bons resultados”, conta Dengler.

Os lançamentos da parceria Embrapa Meridional desta safra - BRS 559RR e BRS 546 - também estão próximos da colheita nos campos de sementes, apresentando excelente visual de potencial produtivo, explica Dengler. “A título de exemplo, em Apucarana (PR), a BRS 546 foi colhida em área demonstrativa de 3,2 ha, atingindo 64 sc/há, sob condições adversas de estiagem e calor”, conta.

“Ainda poderíamos destacar a cultivar convencional BRS 539, que tem em sua genética tolerância ampliada aos percevejos (Tecnologias Block) à ferrugem da soja (tecnologia Shield) e está em ótimas áreas de produção de sementes na região mais alta e fria do Paraná e em Patos de Minas (MG)”, diz.

Para as macrorregiões 3 e 4, no Cerrado brasileiro, destaca-se o desempenho da BRS 531, que agrega a tecnologia Shield e resistência ao nematoide cisto, além do ciclo aproximado de 110 dias na região. Também merece atenção, afirma Dengler, a BRS 1074IPRO, indicada para solos mais arenosos e que adotam sistemas de produção com reforma de cana e de pasto.

Dengler diz que a cultivar tem conseguido sucesso entre os produtores desde o norte do Paraná, sul a norte de Mato Grosso do Sul, Goiás e sul de Mato Grosso e Minas Gerais. “Gostaria de mencionar ainda que, no caso da soja convencional, os destaques são as BRS 573 e BRS 531, que vêm sendo semeadas em Goiás e Minas Gerais, tradicionais na produção de soja convencional”, ressalta.

Parceria - Em 22 anos, a parceria entre a Embrapa Soja e a Fundação Meridional desenvolveu um portfólio de cultivares nas diferentes plataformas do melhoramento genético de soja. A Fundação Meridional iniciou as atividades no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, porém, gradativamente ampliou a abrangência geográfica no mercado de sementes para as macrorregiões 3 e 4 (Norte do Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e sul do Mato Grosso).

“A grande característica das cultivares geradas é a estabilidade produtiva, aliada à precocidade e sanidade”, defende Ralf Dengler gerente executivo da Fundação Meridional. “São diferenciais da genética da Embrapa, com seus quase 50 anos de pesquisa para adaptar a soja nos sistemas de agricultura tropical”, destaca.

Programação do Dia de Campo On-line

  •  Lançamento das cultivares XTEND da Embrapa na safra 21/22 - BRS 2553XTD e BRS 2558XTD
  • Desempenho das cultivares de soja na safra 21/22
  • Aumento da eficiência do uso de fertilizantes: entendendo os mecanismos de Balanço e Exportação de Nutrientes na soja

Data: 25 de março

Horário: a partir das 8h30

Local:  canal da Embrapa Soja no Youtube

Faça sua inscrição na página para receber o link da transmissão: www.embrapa.br/soja/dconline

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