Recuo na área cultivada e desvalorização da moeda levam queda no mercado de defensivos para cana

Dados da Spark Inteligência Estratégica apontam redução de 3,8%, em valor, ante 2020

22.03.2021 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

O levantamento BIP – Business Inteligence Panel, da consultoria Spark Inteligência Estratégica, apurou queda de 3,8%, em dólar, na movimentação de defensivos agrícolas para a cana-de-açúcar. Conforme a empresa, no ano de 2020 o setor sucroenergético demandou US$ 1,4 bilhão em produtos. Trata-se da segunda redução consecutiva desse mercado, que no ciclo 2019 caiu 2% frente ao anterior, para US$ 1,442 bilhão. Já em moeda local, houve alta de 7,6% nas vendas, de R$ 5,5 bilhões para R$ 5,9 bilhões.

O coordenador de projetos e especialista em pesquisa de mercado da Spark, Alberto Oliveira, explica que o resultado negativo em dólar se deve à desvalorização de 10,6% da moeda brasileira durante a safra (dólar médio da época de compra de insumos), e à redução da área plantada da cultura, de 1,8%, para 9,122 milhões de hectares. Segundo Oliveira, o maior recuo no plantio, de 13%, ocorreu na cana planta, que corresponde a 15% do total cultivado no país (1,385 milhão de hectares em 2020).

Segundo a Spark, os herbicidas lideraram a relação de agroquímicos mais utilizados na cana-de-açúcar, com 53% de participação e vendas de US$ 729 milhões. Na segunda posição, os inseticidas movimentaram US$ 548 milhões, 39% do mercado total. Em terceiro lugar, os reguladores de crescimento registraram 4% da comercialização, chegando a US$ 54 milhões. Deste montante, 66% equivalem a maturadores (US$ 35 milhões), 31% a inibidores de florescimento (US$ 17 milhões) e 3% a bioestimulantes (US$ 1 milhão).

A categoria dos fungicidas aparece na quarta posição no BIP Spark Cana, com vendas de US$ 44 milhões, 3% da movimentação total da cultura. Os produtos adjuvantes fecham o resultado, com 1% (US$ 13 milhões).

Alberto Oliveira ressalta ainda que os chamados herbicidas seletivos responderam por 80% das vendas da categoria. Ele destaca também que entre os inseticidas, segundo segmento em importância, foi impulsionado pelo controle das pragas cigarrinha (35%), broca-da-cana (21%) bicudo-da-cana, (Sphenophorus levis), esta com 19% e nematoides (13%). Cupins e Migdolus, somados, totalizaram 12%.

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