Embrapa e parceiros fomentarão uso de fontes alternativas de proteína vegetal no Semiárido
Biomassa de algodão é uma fonte rica de proteínas e com alto valor forrageiro para a alimentação animal no Semiárido
Mais de R$ 3,4 bilhões em valor bruto de produção (VBP) – isto é, a estimativa do valor total obtido pelos agricultores com a venda da produção agrícola – e cerca de 281 mil empregos diretos, indiretos e induzidos. Esse foi o saldo alcançado, em 2020, pelos projetos públicos de irrigação implantados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) na bacia do rio São Francisco. Em torno de 4,3 milhões de toneladas de itens agrícolas, sobretudo frutas, foram produzidos nesses projetos. Os dados são do balanço divulgado pela Área de Gestão de Empreendimentos de Irrigação da Companhia.
“Tivemos um aumento em relação a 2019, quando a produção registrada nos projetos de irrigação foi de 3,7 milhões de toneladas de itens agrícolas. Nesse contexto da pandemia, as pessoas estão consumindo mais alimentos em casa, o que representa uma oportunidade para os agricultores, que continuaram produzindo para atender a essa demanda do mercado”, afirma o diretor da Área de Gestão dos Empreendimentos de Irrigação da Codevasf, Napoleão Casado.
A área cultivada em 2020 foi de 99 mil hectares, favorecendo 12 mil famílias, a maioria produtores familiares, que representam 10,8 mil. No período, o carro-chefe da produção agrícola continuou sendo a fruticultura irrigada, com destaque para uva, manga e banana, principais culturas do Vale do São Francisco, de acordo com o valor bruto de produção.
O produtor Pedro Henrique Pereira, do projeto de irrigação Ceraíma, no município de Guanambi, no Médio São Francisco baiano, começou, no ano passado, a produzir uva em seu lote, tornando-se o primeiro produtor da localidade a investir nessa cultura. Segundo ele, foram 4 hectares ao todo, ocupados com as variedades Isabel e Violeta, cuja produção foi destinada tanto para fabricação de suco como diretamente para a mesa do consumidor por meio da comercialização em mercados locais, feiras e distribuidoras.
“Meu pai tinha esse projeto 20 anos atrás, e eu resolvi colocar para frente. É uma uva mais rústica e resistente a pragas, que usa menos água na irrigação. Em dois anos, conseguimos até cinco produções completas. Acredito que, nesse ano, a produção deve triplicar. Vou começar a fazer uma poda dela agora em março, devemos colher no final junho. Eu acho que é um modelo que outros produtores do projeto podem seguir, pois é uma cultura mais fácil de trabalhar e que compensa. A qualidade da nossa uva foi, inclusive, elogiada por produtores de Petrolina, que já têm tradição nesse campo”, conta Pereira.
No que diz respeito a produção animal, os projetos públicos de irrigação implantados pela Codevasf alcançaram uma produção de 7,2 mil toneladas, incluindo peixes, leite, carne e camarão, em uma área produtiva de 1.485 hectares. O valor bruto de produção alcançado nessa categoria foi de R$ 54,9 milhões, com destaque para projetos localizados no oeste da Bahia, Sergipe e Alagoas.
“Os produtores tiveram de se adequar em relação aos cuidados sanitários, mas a atividade agrícola não parou nessa pandemia. Podemos ver isso refletido no PIB do nosso país. O agronegócio foi o grande motor da nossa economia”, observa a gerente de Apoio à Produção da Codevasf, Andrea Sousa.
Os projetos públicos de irrigação implementados pela Codevasf localizam-se nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. A empresa também atua em outros dez projetos implantados pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) na década de 1990 ― para compensar famílias que residiam na área onde se formou o lago da usina hidrelétrica de Luiz Gonzaga (PE) –; estes são identificados conjuntamente como Sistema Itaparica.
Todos esses projetos contribuíram, ao longo dos anos, para o desenvolvimento socioeconômico da região onde estão inseridos. Exemplo disso são os polos de Petrolina (PE)/Juazeiro (BA), Formoso e Correntina (BA) e do Norte de Minas Gerais, que têm favorecido o aumento das exportações e da geração de superávits comerciais por meio da oferta de produtos de excelência e de alto valor comercial.
Os números retratam que, ao longo dos anos, com esses projetos, houve, na região, aumento da produção e da produtividade agrícola; maior oferta de alimentos à população; ampliação da oferta de empregos diretos e indiretos e geração de renda estável, seja na zona rural ou na urbana.
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