Pesquisa inédita do IAC usa imagens aéreas para estimar erosão do solo em lavouras
Mapeamento aéreo nunca foi usado para analisar erosão do solo em áreas cobertas por vegetação
Ano que inicia e novos projetos começam a tomar corpo na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF), a exemplo do trabalho, já em andamento, que contempla as pimentas-de-cheiro, um grupo varietal da espécie Capsicum chinense que detém excelentes cotações de mercado na Ceasa-DF. “Caracterização e identificação de pimenta-de-cheiro visando à produção agrícola sustentável e competitiva no Distrito Federal” é o título do projeto em questão, coordenado pela analista Sabrina Carvalho.
Aprovado pela FAP-DF ao final de 2019, o projeto que tem como foco as pimentas-de-cheiro teve como origem uma demanda específica da Emater-DF, que apresentou à Embrapa Hortaliças as dificuldades dos produtores da região para obterem sementes desse tipo varietal de pimenta. “Entre os fatores limitantes da produção, destaca-se a dificuldade de o produtor encontrar sementes comerciais para utilizar no próximo plantio e, em razão da pouca oferta no mercado, os produtores terminam por produzir o próprio material, que pode carrear doenças, o que representa um fator restritivo ao cultivo”, anota Sabrina, para quem “mesmo as cultivares encontradas no comércio não apresentam resistência às doenças que afetam a cultura”.
Nesse contexto, ela destaca a importância da pimenta-de-cheiro, uma das mais apreciadas pelos consumidores da região Centro-Oeste por produzir fruto com aroma acentuado e sabor suave bem característico. Sem deixar de lado a sua relevância econômica: “Em 2017, a produção de pimenta de 98 pequenos produtores assistidos pela Emater-DF atingiu 1.013 toneladas e gerou um valor bruto de produção em torno de R$ 4 milhões”, contabiliza.
Com relação aos trabalhos que vêm sendo empreendidos com a pimenta-de-cheiro, Sabrina explica que, nesse caso, o objetivo não se refere ao desenvolvimento de novas cultivares de pimenta, mas à caracterização morfo-agronômica das variedades cultivadas pelos produtores e também das cultivares comerciais, além da identificação de materiais que se destacam com resistência em campo, principalmente a viroses, e com características de frutos superiores.
Em resumo, segundo a analista, trata-se de um processo agropecuário que envolve a identificação das principais doenças detectadas nas cultivares de pimenta-de-cheiro atualmente cultivadas na região para as recomendações de medidas específicas de controle.
“Vamos produzir material com informações sobre o assunto, e que inclui o manejo adequado para produção e extração de sementes”, sublinha. “É uma produção de grande importância econômica, mas com pouca informação, os trabalhos e os conhecimentos gerados normalmente são dispersos, então acredito que, no cômputo geral, a sistematização dos resultados previstos ao final do projeto vai contribuir para reforçar esse segmento produtivo”.
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