Programa Adjuvantes da Pulverização conclui equipamento específico para simular chuvas durante análises de produtos

Cabine permite avaliar efeitos de adjuvantes na "adesividade" do tratamento com agroquímicos

02.03.2021 | 20:59 (UTC -3)
Fernanda Campos

Um método de ensaio ancorado numa cabine de simulação de chuvas, totalmente desenvolvida no Brasil, possivelmente única no mundo, permite avaliar o efeito adesivo de adjuvantes da pulverização empregados conjuntamente a defensivos agrícolas. A técnica resulta de mais de dez anos de pesquisas lideradas pelo programa Adjuvantes da Pulverização, uma iniciativa que une o setor privado ao Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), em Jundiaí (SP).

Coordenador do programa, o pesquisador científico Hamilton Ramos acrescenta que o simulador já está integrado ao laboratório do programa Adjuvantes da Pulverização. Conforme Ramos, na prática, o método simula a pulverização e o impacto da água na fixação do defensivo agrícola sobre as folhas de um determinado cultivo.

“Os recursos do simulador permitem avaliar, com precisão, em que medida um defensivo agrícola associado a um adjuvante ‘adesivo’ permanece no alvo, ou seja, ativo no controle de pragas, doenças ou plantas daninhas, após períodos chuvosos. Se um adjuvante não funciona como se espera, sujeita o produtor a prejuízos, apesar do investimento realizado na proteção agroquímica de cultivos”.

De acordo com Ramos, o método representa uma enorme contribuição da pesquisa agrícola paulista ao conhecimento do agronegócio. O CEA-IAC, lembra ele, é um órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Coopercitrus 

Hamilton Ramos ressalta que no final de 2020, o programa Adjuvantes da Pulverização e a cooperativa Coopercitrus, a maior do Estado de SP e uma das mais representativas do País, firmaram um termo para estimular a certificação da funcionalidade de adjuvantes agrícolas. Pelo acordo, a cooperativa solicitará a seus fornecedores de adjuvantes que avaliem seus produtos no laboratório do programa.

Conforme informou a Coopercitrus, a cooperativa passará a comercializar somente adjuvantes agrícolas que recebam o Selo de Funcionalidade do ‘Adjuvantes da Pulverização’.

“O acordo de cooperação com o Instituto Agronômico contribuirá para a Coopercitrus aumentar a qualidade da produção dos cooperados”, resume Celso José da Silva, engenheiro agrônomo e consultor, responsável pela área de adjuvantes da cooperativa de Bebedouro (SP). A Coopercitrus conta com 35 mil associados e unidades também nos Estados de GO e MG.

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