Produtores e especialistas movimentam Vitrines Tecnológicas na Abertura Oficial da Colheita do Arroz

Empresas e instituições apresentam ao público produtos, processos e técnicas de cultivo

23.02.2018 | 20:59 (UTC -3)
Andreia Odriozola

O bom tempo contribuiu para o aumento de visitações às Vitrines Tecnológicas no segundo dia da 28ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, na Estação Experimental do Arroz, em Cachoeirinha (RS). No roteiro, que dura cerca de uma hora, produtores, estudantes e profissionais de agronomia podem acompanhar de perto os principais produtos, técnicas de cultivo e resultados de pesquisas na área de orizicultura. 

Com o objetivo de disseminar boas práticas de manejo durante todo o processo de cultivo do grão, empresas e instituições aproveitaram para trocar informações com pessoas vindas de várias regiões do Estado. “Temos de fazer o básico com eficiência”, enfatizou o engenheiro agrônomo Luciano Carmona, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). “Não existe mais lavoura de baixa tecnologia, precisamos de produtividade para nos mantermos no mercado, e isso quer dizer comprar os insumos certos, fazer um manejo correto”, complementou. 

Na mesma exposição, o engenheiro Pablo Badinelli, também do Irga, deu dicas para os produtores que utilizam soja em rotação com arroz. “Para o cultivo da soja, há dois aspectos fundamentais: um é conhecer bem o terreno e a limitação de drenagem. Outro é plantar na época certa. Plantem cedo, aproveitem a irradiação”, sugeriu, acrescentando que existem inclusive benefícios econômicos, ao reduzir a incidência de pragas, como o percevejo. “A soja plantada em outubro não será tão afetada, enquanto a de dezembro passará todo o ciclo sob pressão de pragas e doenças”, alertou.

Já a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou quatro variedades de arroz irrigado, de ciclos médios e curtos, desenvolvidas para terem um controle eficaz de plantas daninhas. A mais recente é a BRS A701 CL, que vem sendo utilizada na fronteira oeste do Estado, região afetada especialmente pelo arroz-vermelho. Para o fitopatologista Cley Donizetti Nunes, o processo para se lançar um novo produto leva de 8 a 12 anos, entre verificação da demanda, pesquisa e seleção dos melhores materiais. “A indústria está continuamente testando, mas é rigorosa nos critérios”, reforçou. “O BRS Pampeiro, por exemplo, está tendo boa aceitação, em função de resultados culinários”.

A abordagem foi aprovada pelos produtores presentes. “A parte final do roteiro é a mais interessante, pois traz conhecimento prático”, avalia o produtor César Casarin, de Mostardas (RS). “Em futuras edições, isso pode ser ainda melhor explorado”, sugeriu, acrescentando que os dados são de utilidade aplicável no dia-a-dia. Já o produtor Lucas Martins Machado, de Arroio do Sal (RS), ressaltou a organização. “Gostei, foi tranquilo e bem montado”, avaliou.


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