Rio Grande do Sul tem potencial para produção de etanol a partir do arroz
Todo início de ano é sempre uma expectativa de como será a economia do país. Em 2015 as coisas já começaram diferentes. Enquanto que em 2014 o agro fez parte dos planos de governo de todos os candidatos a presidente e o tema foi muito importante nas campanhas políticas, agora com a crise hídrica, o agro passa a ser o vilão.
No ano passado, o crescimento previsto para o Brasil era de 1,5%. Para agora o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê um crescimento de apenas 0,3%, sem contar que o Fundo cita queda da confiança de empresários e consumidores no país. O que não é pra menos. Milho, soja, café e laranja já tem queda expressiva de produção e por consequência preços em elevação. O preço da carne também aumenta porque o cereal moído é utilizado na alimentação animal.
Tudo isso por conta da falta de água.
A maioria reclama de São Pedro, mas eu digo mais: estamos cobrando o “responsável” errado. É no mínimo, esquisito, pensar que o estado de São Paulo sofre de falta de água e quando dá qualquer chuvinha: a cidade fica alagada. Problemas de infraestrutura gritam na cidade que mais movimenta a economia nacional. Sem contar que o problema se alastra para o campo.
Tenho acompanhado os noticiários que retratam que a agricultura consome 72% da água do nosso país. O agricultor sempre às margens da má fé, como se não se preocupasse com a sustentabilidade de seus negócios. Errado, está cada dia mais difícil pra eles, o seguro agrícola está difícil, outorga de água para irrigação da mesma forma, eles têm que se virar. A irrigação não desperdiça água e o pivô central opera com índices de eficiência de 98% e, em alguns casos, com a recomendação de aplicação no máximo stress hídrico da planta, ou seja, salvado água, não desperdiçando, considerando o ciclo hidrológico completo.
Com a crise hídrica, temos um problema agrícola. Fazer a cidade conhecer o campo como de fato ele é: responsável, preocupado com o futuro e inovador. Adota tecnologia, produz cada vez mais com menos. E a produtividade só aumenta. Mas isso ninguém vê. Todos os ganhos e benefícios na economia do nosso país, geração de empregos, são esquecidos quando começa a faltar alimentos nos supermercados e, em meio à falta de água, nos tornamos os vilões.
Precisamos unir forças em prol de um país mais sustentável, que pensa em segurança alimentar e economia, afinal, se não cuidarmos da água, daqui a pouco o problema é de energia, de alimentos e assim sucessivamente. A irrigação precisa ter papel fundamental na produção. O campo precisa fazer mais parte da cidade, e o produtor precisa se tornar nosso herói.
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