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A produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 deverá crescer em 4,4% em relação ao ciclo 2022/23, sendo estimada em 637,1 milhões de toneladas. O incremento é influenciado tanto pelo melhor rendimento das lavouras como pela maior área destinada ao cultivo da cultura, como mostra o 1º Levantamento de Cana-de-Açúcar divulgado nesta quarta-feira (26/04) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para área, a estatal espera que sejam destinados 8,4 milhões de hectares de cana para a colheita, com um rendimento médio de 75.751 quilos por hectare.
“O maior crescimento de área é justificado pelo aumento de áreas de expansão e a incorporação de áreas de fornecedores, que não eram utilizadas para o setor sucroenergético, o que impacta diretamente na produtividade, uma vez que os primeiros cortes possuem um maior rendimento. Além disso, as condições climáticas, para essa safra, vêm se apresentando ainda melhores que na safra 2022/23”, destaca o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Fabiano Vasconcellos.
No Sudeste, principal região produtora, o volume colhido deverá aumentar em 4,4%, quando se compara à safra 2022/23, podendo chegar a 404,71 milhões de toneladas. Destaque para São Paulo, onde as lavouras tendem a apresentar melhora na produtividade de 2,9%, e Minas Gerais, estado em que é esperado não só a melhora no rendimento do campo, mas também ampliação na área destinada para a cultura. No Centro-Oeste, segunda região que mais produz cana-de-açúcar, tem a estimativa de produção de cana em 140,9 milhões de toneladas, com elevação de área e produtividade neste ciclo.
A expectativa de melhora no rendimento das lavouras e maior área no Norte do país também influencia o incremento da produção em 6,4% na região, quando comparada à safra 2022/23, resultando em uma colheita de 4,07 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. No Sul, a expectativa é que a região produza 31,7 milhões de toneladas de cana. O acréscimo é influenciado pela maior área para a cultura em 2,8% quando comparada com o ciclo passado, alta registrada após sucessivas reduções. Já na região Nordeste, a colheita deve se manter próxima a estabilidade, sendo projetada em de 55,7 milhões de toneladas.
De acordo com o levantamento da Conab, a fabricação de açúcar deverá chegar a 38,77 milhões de toneladas, sendo a segunda maior já registrada na série histórica, perdendo apenas para a temporada de 2020/21 quando foi estimada em 41,25 milhões de toneladas. Além da maior colheita esperada para a matéria-prima na atual safra, o mercado favorável ao adoçante influencia na maior destinação da cana.
Ainda assim, a produção do etanol também deverá crescer 5,9% quando comparado com o ciclo anterior, podendo chegar a 33,17 bilhões de litros. Desse total, 14,26 bilhões de litros serão de etanol anidro e 18,91 bilhões de litros de etanol hidratado. A elevação é impulsionada, principalmente, pela fabricação do biocombustível produzido a partir do milho estimada em 5,64 bilhões de litros – alta de 42%. Já o etanol a partir da cana deve registrar um leve aumento de 0,6%, estimado em 27,53 bilhões de litros.
Com relação ao mercado externo há uma perspectiva otimista de novos ganhos com as exportações dos produtos derivados da cana na safra 2023/24. Essas boas perspectivas não estão relacionadas apenas com a estimativa de aumento da produção da cultura. Para o açúcar, as cotações no mercado externo registram uma alta de 5% na comparação com o ciclo anterior, e em movimento de reajustes positivos desde meados de 2020, cenário influenciado pela oferta global restrita. Outro fator importante que impacta nos preços tanto do açúcar quanto do etanol é o comportamento das cotações do petróleo, influenciadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
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