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Fiações antigas, postes caídos, interrupção frequente no fornecimento de energia, redes sem manutenção ou pouca capacidade estão entre as principais reclamações de produtores rurais de Mato Grosso com o fornecimento de energia no estado nos últimos meses. E com a chegada do período de chuvas, a preocupação aumenta ainda mais.
Nas últimas semanas houve o agravamento de problemas, que comprometem o funcionamento de equipamentos essenciais para a produção agrícola, como armazenagem, sistemas de irrigação, maquinário, emissão de notas fiscais, além da própria segurança de trabalhadores e da população, com as evidentes ameaças de incêndio.
Com a falta de retorno dos problemas por parte da concessionária de energia, produtores têm tirado do próprio bolso para contratarem prestadores de serviços particulares, uma vez que a produção não pode parar, como na região de Sorriso, do produtor e delegado coordenador da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Adalberto Grando.
“Aqui oscila demais, dá muito problema de queima de equipamentos, o sistema de irrigação por exemplo tem uma defesa para isso, e quando ele dispara esse dispositivo, ele para, e aí a gente tem que correr atrás para buscar peça, conseguir voltar a funcionar e infelizmente isso está muito frequente com chuva ou sem chuva”, disse Adalberto.
Para tentar minimizar os danos sofridos pelos produtores, a Aprosoja-MT reuniu-se com representantes da Energisa para pedir mais celeridade na manutenção da rede existente e a expansão de fornecimento. Isso porque, na medida em que a tecnologia no campo avança, a estrutura também precisa avançar, como afirma o diretor administrativo da Aprosoja-MT, Diego Bertuol.
“Mato Grosso está em expansão, porém a rede de energia não caminha junto, o déficit é muito gritante. Além de necessitarmos de uma maior capacidade, precisamos da manutenção da atual rede. Armazéns, algodoeiras, irrigação, fazendas que estão impedidas de desenvolver com sustentabilidade e dignidade, impactando no município negativamente, principalmente a parte social”, ressalta Bertuol.
O diretor da Aprosoja-MT que também é produtor rural sente na pele as dificuldades pelo serviço energético prestado, enfatizando que além de conviver com as incertezas do clima em 2024, e com outros fatores como a menor oferta de crédito rural, o produtor não poder contar com um serviço de energia de qualidade.
“Dentro da fazenda ficamos com perda na irrigação, manutenção paralisada, escritório sem poder fazer o trabalho administrativo, sementes sem poder fazer o tratamento e impedindo o plantio eficaz. Isso é só um pouco do que o produtor passa, sem suporte algum de uma empresa que tem o monopólio no Estado, serviço precário, de péssima qualidade e vergonhoso”, afirmou Diego.
A instalação de novas empresas e investimentos no agronegócio também está sendo afetado em Mato Grosso por falta de qualidade na distribuição de energia, como afirma o vice-presidente da Aprosoja-MT, Luiz Pedro Bier. “Principalmente no período das chuvas as quedas de energia são frequentes e não há energia suficiente em regiões como Gaúcha do Norte, por exemplo, para instalação de novos armazéns comerciais e isso impede que novas empresas venham se instalar nessas regiões”, destacou Bier.
Os representantes da Energisa presentes na reunião se comprometeram em encontrar soluções rápidas para diminuir o prejuízo dos produtores em caso de rompimento do fornecimento de energia. Além disso, irão realizar um estudo nas regiões mato-grossenses para identificar quais os pontos que mais necessitam do aumento de oferta de energia elétrica.
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